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setembro a novembro de 2002
postura frente à Cúpula da Terra e ao
Protocolo de Quioto.
Serviço Comercial
A economista Teresa Wagner, es-
pecialista em desenvolvimento de
negócios do Escritório do Departa-
mento de Comércio do Governo dos
Estados Unidos, em São Paulo, que há
três anos atua na área de meio am-
biente e está há dez no Escritório, enu-
mera algumas áreas de claro interesse
de empresas americanas no mercado
brasileiro.
O setor empresarial com atuação
no âmbito de águas se mostra bastante
interessado nesta fatia do mercado
brasileiro, que pode ser incrementado
especialmente em decorrência da exis-
tência de mecanismos como a nova
Política Nacional das Águas e a cria-
ção da Agência Nacional das Águas.
Empresas detentoras de tecnolo-
gias e sistemas voltados para recupe-
ração e remediação de solos contami-
nados também estão atentas ao mer-
cado brasileiro. O recente relatório da
agência ambiental paulista certamente
é um fator motivador para a prospecção
do mercado. O tratamento do lixo, bem
como tecnologias e sistemas de
captação do gás metano para a geração
de energia elétrica, são outros exem-
plos de consultas formuladas por em-
s opiniões sobre os re-
sultados alcançados pela
Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Am-
biente e Desenvolvimento
Sustentável, a Rio+10,
realizada em Johannesbur-
Depois da Rio + 10
presas americanas visando o grande
mercado brasileiro.
A viabilização dos projetos,
porém, merece cuidados de diversas
ordens, pois, embora existam disposi-
tivos legais que são fortes indutores
para a resolução de problemas ou a
implementação de negócios, a cultura
do país muitas vezes assusta o investi-
dor estrangeiro. A demora no efetivo
cumprimento das legislações, as in-
findáveis liminares e recursos judi-
ciais, por exemplo, inibem iniciativas,
quando não são responsáveis pela per-
da de recursos investidos.
Canadá
Outro país que tem interesses co-
merciais ambientais representados no
Brasil é o Canadá. Embora o seu nível
de atuação seja diferente de países
como a Alemanha e a França, por
exemplo, o Canadá desponta como
exportador de tecnologias e serviços,
bem como na formulação de parcerias
estratégicas entre empresas canaden-
ses e brasileiras.
Mariangela Olivieri de Lima, As-
sessora Comercial do Consulado Ca-
nadense em São Paulo, destaca a
atuação das empresas canadenses na
venda de tecnologias de tratamento de
água, além dos tratamentos conven-
cionais, tecnologias de ponta para o
controle, monitoramento e modelagem
de emissões de poluentes atmosféri-
cos, bem como no desenvolvimento de
projetos de engenharia ambiental.
Outro aspecto que chama a atenção
dos canadenses neste momento refere-
se à redução das emissões de poluen-
tes atmosféricos em virtude das limi-
tações impostas pelo Protocolo de
Quioto, ao qual o Canadá deverá ade-
rir brevemente. Segundo a assessora
do Consulado, o país possui tecnolo-
gias voltadas para a questão das
mudanças climáticas e deve fomentar
este ramo de negócios. Tanto que, em
novembro, haverá um seminário em
São Paulo tratando justamente do tema
das mudanças climáticas e das tecno-
logias canadenses. Ela lembra que,
conforme o Protocolo de Quioto, o
país deve reduzir suas emissões na
base de 6% no período que vai de 2008
a 2012, o que representava, em 2000,
uma redução de 26% das emissões de
poluentes responsáveis pelo aqueci-
mento Global.
Comumamatriz energética compos-
ta pela hidreletricidade e termeletri-
cidade a base de gás e óleo, é possível
que tecnologias de geração energética a
partir da biomassa ganhem importân-
cia, área em que, segundo a assessora, o
país também possui pesquisas e desen-
volvimentos destacados, principalmente
os relativos aos rejeitos de madeira.
proposta de alteração da matriz ener-
gética mundial, mudança essa que per-
mitiria adotar, até o ano de 2010, fon-
tes de energia alternativas e renováveis
na matriz energética de todos os paí-
ses, em percentual equivalente a 10%.
Ambiente Legal”
teve a opor-
tunidade de cobrir alguns dos muitos
eventos realizados após a Rio+10 e des-
tinados a trazer ao público brasileiro a
avaliação daqueles que participaram da
delegação brasileira na África do Sul.
Um resumo desta cobertura é ofereci-
do ao leitor, para que tenha melhor juí-
zo sobre os resultados do primeiro
grande evento do Século XXI, realiza-
do com o objetivo de discutir os desti-
nos ambientais do Planeta Terra e dos
seus habitantes.
Energia Renovável
Um dos assuntos que ocupou
bastante espaço na mídia brasileira, du-
rante a Cúpula da Terra, foi a proposta
brasileira de alteração da matriz
energética mundial, que propunha a
adoção de 10% de fontes alternativas e
limpas, até o ano de 2010. Proposta
simples e atraente, elaborada e defen-
dida pelo professor José Goldemberg,
Secretário de Estado doMeioAmbiente
do Governo do Estado de São Paulo e
autoridade respeitada no
assunto.
O Prof. Goldemberg
lamenta que tal proposta
brasileira não tenha sido
aprovada, pois ela traria
conseqüências positivas
para as mudanças climáti-
cas, com redução nas
emissões de poluentes
com compostos de carbono. Uma con-
tribuição efetiva, portanto, para a im-
plementação do Protocolo de Quioto.
Contudo, salienta que a resolução ex-
traída ao final de inúmeras reuniões re-
conhece a importância e a urgência da
adoção de energias renováveis em todo
go, na África do Sul, entre os dias 26
de agosto e 4 de setembro, dependem
muito de quem faz a avaliação.
E, embora, seja nítido que os
avanços foram bastante tímidos e
aquém das expectativas dos mais pes-
simistas, também é notório que o Bra-
sil cumpriu papel significativo como
interlocutor ativo da agenda ambiental
do Planeta, em especial porque, nos
últimos dez anos, tem promovido
avanços institucionais e legais no âm-
bito ambiental, enfrentando situações
incômodas que, anteriormente, o apon-
tavam como vilão predador do pa-
trimônio ambiental amazônico, por
exemplo. Mais ainda, em Johannesbur-
go acabou destacando-se ao apresentar
Serviço Comercial
Canadá
Energia Renovável