Revista Ambiente Legal
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Vislumbrando a possibilidade de profissionalizar
todo um setor, o economista e consultor norte-ameri-
cano William Dent, que quatro décadas atrás ajudou
a implantar o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às
Micros e Pequenas Empresas), entrou em campo e
começou a desenvolver
um projeto piloto para ca-
pacitar viveiristas.
Dent, por meio de
sua Natural Partners, uma
ONG norte-americana
que vem operando no Bra-
sil, com parceiros brasilei-
ros, desde 2003, aposta
em viveiros florestais como
negócios sustentáveis.
Ele conta que o pri-
meiro passo dado para a
implantação de uma rede
capaz de fornecer mudas
para a CidadeMaravilhosa
foi diagnosticar a situação.
As conclusões dos estudos
iniciais não poderiam ser
mais desanimadoras. Para
sua surpresa, o economis-
ta descobriu que nenhum
viveirista sabia o custo de
seu produto.
Qual o custo mé-
dio de produção de uma
muda? Ou cem mil mu-
das? É uma coisa funda-
mental saber o retorno
que atividade dá para o
produtor rural ou ao pe-
queno empresário. Mas,
nem isso estava muito
claro”, diz Dent.
O projeto piloto hoje
envolve 14 viveiros e foi
organizado de manei-
ra que metade deles seja
produtor rural e o res-
tante ONG’s e pequenas
empresas. O piloto foi
batizado de Projeto Pró-Viveiros.
O viveiro de referência do projeto fica no
município de Silvio Jardim, no Estado do Rio, e
é o maior empregador da cidade, gerando quase
200
empregos.
As aulas de capacitação foram divididas em
duas frentes, uma gerencial/financeira, com foco no
planejamento estratégico do negócio, e outra técni-
ca, com o objetivo de agregar qualidade no produto
e uniformidade na produção.
Segundo o econo-
mista, todos os que parti-
cipam do projeto sentiam
que estavam deficientes
na área de controles fi-
nanceiros e na parte de
marketing.
É muito fácil prever
a produção. Eu posso com
certeza produzir cem mil
mudas e investir capital para
alcançar essa meta. Mas,
e como vender? Pra quem
vender? Como me conectar
com os grandes demanda-
dores, como aquele grande
complexo petrolífero que
vai estar implantado lá no
fundo da Baía de Guanaba-
ra?”, afirma Dent.
Dentro do setor de
fornecimento de mudas,
o Pró-Viveiros quer atu-
ar ainda em outras opor-
tunidades de negócios
que estão se abrindo no
Estado do Rio. “Muitas
empresas trabalham com
a compensação ambiental
para cumprir a legislação.
Temos que nos preparar
para isso também”, de
acordo com o consultor.
Um dos que deram
apoio imediatamente à
iniciativa de Dent foi a
Fundação Citi, ligada ao
Citibank, pelo fato de que
esse é um programa que
cumpre com os requisitos
da nova Economia Verde.
A nova economia verde é realmente gera-
dora de muitas oportunidades. É questão de tal-
vez começar a enxergar os recursos naturais de
uma forma mais amigável”, acredita o incansável
William Dent.
Viveiristas recebem também apoio empresarial
Qualidade técnica norteia produção de mudas
Dent: emprestou seu prestígio ao projeto