Revista Ambiente Legal
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polui e se decompõe mais facilmente, depois da sa-
cola de papel.
O trabalho apontou o tempo de decomposi-
ção das embalagens, que depende da quantidade
de fungos e bactérias que
consomem determina-
do produto. Quando os
microorganismos se ali-
mentam deste material, é
liberado gás carbônico. A
quantidade de gás libera-
do indica se o material é
mais ou menos biodegra-
dável. A sacola de papel
teve o melhor resultado,
com 41% de gases libe-
rados. A sacola plástica
comum, 28% de gases; a
sacola de amido de milho,
15%
de gases; e, por úl-
timo, a sacola oxidegra-
dável, com apenas 2% de
gases.
Do ponto de vista da
contaminação dos ali-
mentos transportados, o
fim da sacolinha descartável foi um tiro no pé do
consumidor.
De acordo com Roberto de Oliveira, biomédi-
co conhecido como Dr. Bactéria, “não dá para se
prever que tipos de microrganismos estarão pre-
sentes em uma sacola reutilizável. Por exemplo,
se for colocada carne na sacola, e se sucos desta
carne vazarem nela, teremos a possibilidade da
contaminação por Sal-
monella. A mesma coisa
para hortaliças e frutas.
O contato com as mãos
pode acarretar microrga-
nismos como coliformes
fecais, Staphylococcus
aureus, responsável por
intoxicações alimentares
e feridas com pus, além
de faringites e sinusites”.
Segundo Oliveira, o
consumidor que estiver
usando as sacolas retor-
náveis terá que tomar
cuidados constantes de
limpeza. “A periodicida-
de vai depender do grau
de utilização, podendo
ser semanal, mensal ou
quinzenal.
Aconselho
ferver a sacola por cin-
co minutos ou imergir em uma solução de água
sanitária (duas colheres de sopa por um litro de
água). Também lavar com água e sabão e secar ao
sol ajudam a descontaminar”, afirmou.
Cerca de 7 bilhões de sacolas plásticas são descartadas todos os anos nos aterros e lixões paulistas
Foto: Arquivo AICA