Revista Ambiente Legal
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Moradores que tiverem con-
tato com os tonéis e seus con-
teúdos passaram a apresentar
problemas respiratórios e hemor-
ragias intestinais, entre outros
sintomas.
Como as denúncias não para-
vam de pipocar, o PNUMA (Pro-
grama das Nações Unidas para o
Meio Ambiente) encaminhou à
Somália seu porta-voz Nick Nut-
tall, que constatou: centenas de
tonéis foram enterrados ao redor
da costa somali, por mais de dez
anos, causando danos irrepará-
veis ao meio ambiente e morte à
população.
Sem nenhuma providência
concreta tomada por parte dos
países membros da ONU, o re-
latório realizado pela PNUMA
segue disponível no site da en-
tidade.
Os piratas somalis são, na
verdade, um grande contingente
de miseráveis, que só tem a vida
a perder, mais nada. Num país
onde a vida vale pouco, não é à
toa que os “negócios” envolven-
do pirataria se tornaram estilo de
vida de uma comunidade, e uma
forma de se conseguir renda.
Estima-se que mais de 150
navios foram tomados por pi-
ratas na última década. Só no
ano passado, 32 navios foram
sequestrados.
As ações antipirataria na cos-
ta africana são coordenadas pela
Força Tarefa Combinada 151
(
Combined Task Force 151),
que reúne grupo de mais de 15
países, entre eles Canadá, Ingla-
terra, Itália, França, Paquistão,
Dinamarca e Coréia do Sul.
Estudos recentes mostram
que os piratas somalis custam ao
mundo, por ano, algo em torno
de US$ 5 bilhões, pouco menos
do que um bom programa de
ajuda humanitária que poria fim
nesse show de horrores.
Em 2004, as fortes ondas causadas
pelo tsunami que atingiu o Oceano
Índico e matou 174.542 pessoas,
revelaram nas praias da Somália tonéis
de resíduos radioativos de urânio,
substâncias químicas e lixo hospitalar
de origem europeia
Fotos: Somalia report