Revista Ambiente Legal
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Demora inexplicável
Aterro Mantovani, com 320 mil
toneladas de resíduos tóxicos, continua sem
tratamento e poluindo; área foi usada por
empresas para descarte de seus rejeitos
Por Danielle Denny e Karina Fiorini
O
município paulista de Santo Antônio de
Posse vive um pesadelo interminável. Nele está lo-
calizado o Aterro Mantovani, uma espécie de lixão
a céu aberto que, desde os anos 70 foi usado como
área de descarte de resíduos industriais e tóxicos por
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grandes empresas.
Os contaminantes não removidos continuam
até hoje fazendo estrago e o TAC (Termo de Ajus-
tamento de Conduta) assinado pelas empresas
poluidoras com o Ministério Público Federal, o
Ministério Público Estadual e a Cetesb (Compa-
nhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) já
sofreu 11aditamentos, sem que a área fosse reme-
diada. O que, no mínimo, demonstra uma sistê-
mica falta de vontade institucional e jurídica de
todos os envolvidos para efetivamente reparar o
dano ambiental ocasionado.
Ao mesmo tempo em que tem de conviver com
o estigma social e econômico, típico de locais com
rejeitos tóxicos, a cidade enfrenta o fato de que as
cerca de 320 mil toneladas de resíduos continuam
lá, embora todo o sítio já esteja embargado, moni-
torado pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental), condenado judicialmente
e com TAC (Termo de Ajuste de Conduta) de des-
contaminação firmado pelas empresas que deposi-
taram seu lixo industrial.
Estão envolvidas neste imbróglio ambiental de-
zenas de empresas multinacionais importantes (
veja
relação na foto ao lado
),
que usaram o Mantovani
como área de descarte.
Fotos: Victor Agostinho