Revista Ambiente Legal
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finitivamente. A situação é séria, mas a imprensa
exagera. Não é a cidade toda que está contamina-
da”, disse o prefeito.
Alheias a tudo isso, grandes empresas internacio-
nais investemmais emmanobras legais e publicidade
para permanecer impunes. E o dinheiro que deveria
ser empregado na recuperação do dano acaba drena-
do para consultorias e ações de marketing.
empresas poluidoras e seus representantes para que
expliquem a demora na descontaminação.
Enquanto isso, os agentes contaminantes pre-
sentes no Aterro Mantovani, dentre os quais to-
neladas de borras oleosas que permanecem depo-
sitadas em suas valas, continuam migrando para o
lençol freático e águas subterrâneas formadoras da
Bacia Hidrográfica dos rios Piracicaba-Capivari-
Jundiaí, expandindo, ainda
mais, a área e as proporções
da contaminação.
Segundo Pinheiro Pedro,
isso torna o dano mensura-
do, no curso da ação julgada
procedente pelo judiciário
em 1996, muito maior que o
originalmente apurado”.
Sem ter muito que fazer,
com uma Cetesb de mãos
atadas e um Ministério
Público que não põe para
andar o cumprimento do
TAC, o prefeito da bucóli-
ca Santo Antônio de Posse,
Norberto de Olivério Jú-
nior, tenta livrar o muni-
cípio da pecha de “cidade
contaminada”. “O aterro,
que não está perto do cen-
tro, impacta 100% nosso
dia-a-dia. Muitas empresas
que poderiam se instalar
aqui acabam indo pra ou-
tros municípios com medo
de ter a imagem vinculada
a uma área contaminada”,
afirmou o prefeito.
A Prefeitura de Posse
montou próximo ao aterro,
no bairro Recreio Campes-
tre, um Posto de Saúde da
Família para atender e mo-
nitorar os vizinhos diretos
da área contaminada. A secre-
tária de Saúde do Município, Maria Silvia Bergo
Guerra, estima que 1,5 mil pessoas são atendidas
pelo posto e que 33 são os atingidos diretamente
pela contaminação, já que moravam no entorno do
Mantovani e se utilizavam da água que acabou sen-
do contaminada.
Os exames laboratoriais não constataram nas
pessoas, até hoje, os sintomas da contaminação des-
te crime ambiental. Mesmo assim, não permitimos
que os moradores usem a água dos poços locais.
Levamos a eles água em carros-pipas”, explicou a
secretária de Saúde.
Como faz questão de afirmar Olivério Júnior,
os produtos agrícolas de Santo Antônio de Posse
não possuem restrição de consumo ou de venda.
Somos os maiores interessados em resolver isso de-