de todo povo em decorrência não apenas de sua
identificação com os tradicionais símbolos nacio-
nais, mas de sua percepção, enquanto coletividade,
que o país e seus governantes valorizam as pessoas,
combatem a corrupção, promovem participação e
inclusão de todos os nacionais no acesso às rique-
zas, no respeito à natureza e desenvolvimento eco-
nômico que resulta em ordem e progresso.
É preciso promover um amplo projeto de de-
senvolvimento nacional. O verdadeiro patriotismo
acontece quando não houver, por exemplo, crian-
ças pedindo esmolas nas ruas”, resume a docente.
Patriotismo planetário
-
Não se pode perder
de vista que as mudanças trazidas pela globaliza-
ção também contribuem para a forma como hoje se
pensa e pratica o patriotismo. “Em um mundo cada
vez mais interligado econômica e culturalmente, a
conscientização e os cuidados em relação à preserva-
ção dos recursos naturais têm força para despertar,
em todo um povo, o sentimento de amor e respon-
O senhor Gino Sttrufaldi, de 92 anos, lutou na
Revolução Constitucionalista de 1932, movimento
que se transformou em uma batalha sangrenta do
povo paulista contra os desmandos de Getúlio Var-
gas (saiba mais na seção Um Ambiente Legal).
Naquela época, as pessoas tinham orgulho do
Brasil e davam a própria vida para proteger os inte-
resses da sociedade. Nos dias atuais, esse patriotismo
parece ter desaparecido”, lamenta o ex-combatente.
Ele recorda o hábito, especialmente entre crian-
ças, que cantavam diariamente o hino nacional nas
escolas onde estudavam. “Existia instrução de mo-
ral e cívica nos estabelecimentos de ensino. Era um
aprendizado agradável e dava para cada um de nós
a medida e importância do interesse comum. Du-
rante a Revolução de 32, o povo paulista colaborou
muito porque tinha a noção do que estava em jogo.
Quem não se alistou, pedia para prestar serviços
para o movimento. Eram barbeiros, enfermeiras e
costureiras querendo nos ajudar de alguma forma”,
lembra o veterano de invejável memória e lucidez.
Ainda segundo o Sr. Gino, os combatentes de
32
eram vistos com grande simpatia pela população,
pois todos estavam ligados por um forte sentimento
de amor à pátria. “É por isso que, ainda hoje, nossa
associação empenha-se em levar para as escolas e
outras entidades essa conscientização cívica. Temos
o compromisso de não deixar o sentimento de pa-
triotismo morrer”, conclui.
Coração e mente
de um patriota
Mantovani aposta
num patriotismo
planetário
O Sr. Gino, ex-combatente condecorado, trabalha para que as
novas gerações tenham orgulho patriótico.
Marcelo Trad
Marcelo Trad
sabilidade por sua pátria”, afirma
o ambientalista Mário Mantovani,
da Fundação SOS Mata Atlântica.
E conclui:
 “
Os governos e seus interesses
menos nobres, os nacionalismos xe-
nófobos, isso tudo cai por ter-
ra. O patriotismo ambiental
é, sem dúvida, o caminho
para superarmos todas
as atuais barreiras e la-
cunas”.
Revista Ambiente Legal
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