Portal Ambiente Legal
No Result
View All Result
  • Home
  • Geral
  • Ambiente Livre
  • Clima e Energia
  • Justiça e Política
  • Sustentabilidade
  • TV AmbLeg
  • Sobre
terça-feira 10 de junho de 2025
Portal Ambiente Legal
  • Home
  • Geral
  • Ambiente Livre
  • Clima e Energia
  • Justiça e Política
  • Sustentabilidade
  • TV AmbLeg
  • Sobre
No Result
View All Result
Portal Ambiente Legal
No Result
View All Result
Home Geral

Perda de biodiversidade ameaça acesso a medicamentos

by Portal Ambiente Legal
18 de outubro de 2020
in Geral
0
Perda de biodiversidade ameaça acesso a medicamentos
177
SHARES
2.2k
VIEWS
EmailFacebookLinkedinTwitter

A DESTRUIÇÃO DE ECOSSISTEMAS COLOCA RECURSOS ESSENCIAIS PARA A SAÚDE HUMANA EM RISCO. MAIS DE UM TERÇO DOS MEDICAMENTOS MODERNOS SÃO DERIVADOS DE PRODUTOS NATURAIS, COMO PLANTAS, MICRORGANISMOS E ANIMAIS.

 

medicamentos

 

Antigamente, o etnobotânico etíope Ermias Lolekal Molla costumava coletar kosso, ou sequoia africana, não muito longe de Adis Abeba, capital da Etiópia. A casca, as folhas e a raiz da árvore em forma de guarda-chuva são comumente usadas para tratar verminoses e disenteria, num país onde menos da metade da população tem acesso a água potável.

Agora, ele leva alguns dias até chegar a uma área rural onde pode encontrar kosso selvagem, já que o habitat da floresta local onde a árvore crescia está encolhendo como resultado do desmatamento.

 

Morfina e codeína, que estão entre os analgésicos mais consumidos, derivam da flor da papoula
Morfina e codeína, que estão entre os analgésicos mais consumidos, derivam da flor da papoula

 

“Essas plantas precisam urgentemente de atenção no sentido de conservá-las”, disse Molla à DW, observando que as espécies não são importantes apenas por suas propriedades curativas, mas também por reduzir a erosão e formar parte de um importante reservatório de carbono.

Kosso é uma entre pelo menos 60 mil plantas e fungos no mundo todo conhecidos por agregar valor medicinal. Ela também pertence a um grupo maior que corre o risco de se extinguir completamente: só nos últimos quatro anos, o número de plantas e fungos ameaçados de extinção dobrou para 40%. E isso envolve apenas as espécies que conhecemos.

Medicamentos essenciais sob ameaça

Pesquisadores como Molla dizem que, sem essas plantas e fungos medicinais, o futuro da saúde humana corre sério risco.

Mais de um terço dos medicamentos modernos são derivados direta ou indiretamente de produtos naturais, como plantas, microrganismos e animais, e entre 60% e 80% dos antibióticos e medicamentos anticâncer se originam de compostos químicos encontrados no mundo natural.

Longe de serem prerrogativa de um nicho de tradições de cura, as plantas medicinais e os fungos são fundamentais para a farmacologia moderna, diz João Calixto, professor aposentado de Farmacologia e diretor do Centro de Inovação e Ensaios Pré-clínicos (CIEnP), entidade sem fins lucrativos localizada em Florianópolis, Santa Catarina.

“Se olharmos para a história do desenvolvimento da medicina moderna, ela foi quase inteiramente baseada no estudo de plantas medicinais e microrganismos, especialmente para a fabricação de agentes anti-infecciosos”, disse Calixto à DW.

Morfina e codeína, por exemplo, que estão entre os analgésicos mais consumidos, derivam da flor da papoula; o paclitaxel (taxol) é um medicamento quimioterápico comumente usado e obtido a partir da casca do teixo do Pacífico; a penicilina, um dos primeiros antibióticos, deriva de um mofo; e remédios para reduzir o colesterol se baseiam nas propriedades encontradas em fungos.

Todos eles são um recurso vital para uma indústria farmacêutica global avaliada em cerca de 1,1 trilhão de dólares e um comércio global de espécies de plantas aromáticas e medicinais no valor de 3,3 bilhões de dólares.

 

Sequoia africana, também chamada de “kosso”, cujas raízes possuem propriedades medicinais
Sequoia africana, também chamada de “kosso”, cujas raízes possuem propriedades medicinais

 

Uso não sustentável e perda de habitat

Danna Leaman, presidente da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) de espécies de plantas medicinais ameaçadas de extinção, faz parte de um grupo de conservacionistas que há décadas se preocupa com questão da extração insustentável. Ela alerta, porém, que a perda de habitat é apenas parte da história.

“A perda de habitat é a principal ameaça que essas espécies enfrentam”, disse Leaman à DW.

O desmatamento, visando abrir espaço para a agricultura, e a expansão das cidades em áreas ricas em biodiversidade, como Brasil, Etiópia, Índia e América do Norte, dizimaram grandes áreas de floresta e habitats selvagens onde essas plantas e fungos são encontrados.

“Tem havido pouca, mas muito pouca consciência sobre a real e potencial ameaça ao provimento dessas espécies, das quais as empresas farmacêuticas e de produtos herbais dependem e das quais as pessoas dependem para sua saúde”, disse Leaman.

Dado que 80% dessas plantas são colhidas na natureza e de fontes que se esgotam rapidamente, uma solução aparentemente lógica seria o cultivo.

Embora isso seja eficaz e necessário para uma pequena parcela de plantas medicinais em alta demanda do mundo, como a equinácea, Leaman diz que é arriscado e irreal propor o cultivo como uma panaceia para o aumento da demanda e a diminuição dos ambientes naturais.

“Se pensarmos na devastação que a conversão de habitats nativos em espaços destinados à agricultura criou, trazer para o cultivo tantas espécies nativas de florestas e outros habitats selvagens criaria ainda mais pressão sobre esses habitats”, aponta Leaman, acrescentando que o tempo e o esforço necessário para pesquisar e criar essas espécies é “enorme” e totalmente em desacordo com o nível atual de atenção global que está sendo dado às plantas medicinais e fungos.

Isso sem mencionar os problemas inerentes à dependência de uma amostra genética limitada de uma determinada espécie, sobretudo à luz de como seus parentes selvagens são mal tratados, diz Leaman.

 

Um dos tratamentos de quimioterapia mais comumente usados, o taxol, é derivado da casca do teixo do Pacífico
Um dos tratamentos de quimioterapia mais comumente usados, o taxol, é derivado da casca do teixo do Pacífico

 

Saúde pública em risco

Além de seu valor direto para a saúde humana, muitas dessas plantas medicinais desempenham um papel crucial no apoio à biodiversidade – um fator determinante na saúde humana.

A Prunus africana, ou cereja africana, uma árvore nativa das regiões montanhosas da África tropical e de Madagascar, é uma dessas espécies-chave, responsável por ajudar uma série de outras plantas, animais e organismos a prosperar no ecossistema imediato. Colhida devido ao papel medicinal de sua casca no tratamento de problemas de próstata, a Prunus africana também é uma espécie de planta ameaçada de extinção.

Conforme delineou recentemente a Organização das Nações Unidas (ONU) em sua avaliação histórica da biodiversidade – que mostrou, aliás, que o mundo não conseguiu atingir por completo nenhuma das 20 metas globais de biodiversidade estabelecidas há 10 anos – , uma população humana saudável depende totalmente de ecossistemas saudáveis e ricos em biodiversidade.

Ao danificar esses ecossistemas e as espécies de plantas medicinais que vivem neles, não apenas diminui-se o acesso às matérias-primas para a descoberta de drogas, biotecnologia e modelos médicos, mas também são criadas as condições para a propagação de vírus a partir de animais selvagens para humanos.

Proteger ambientes saudáveis é “absolutamente essencial” para a descoberta de medicamentos em potencial, alerta Leaman. “De onde virá o próximo tratamento para leucemia? E o tratamento para covid-19?”

“Isso determina a nossa capacidade de ter acesso não apenas às fontes de medicamentos nas quais confiamos e conhecemos, mas também às fontes que ainda desconhecemos”, argumentou.

Fonte: Deutsche Welle via Ambiente Brasil
Publicação Ambiente Legal, 19/10/2020
Edição: Ana A. Alencar

 

 

 

Tags: biodiversidade e medicamentosdesmatamentomedicina naturalperda da faunaremédios e plantas medicinaisSaúde Pública
Previous Post

A Busca da Verdade na Nossa Época

Next Post

Alguns motivos pelos quais os licenciamentos ambientais demoram tanto para serem concluídos

Next Post
Alguns motivos pelos quais os licenciamentos ambientais demoram tanto para serem concluídos

Alguns motivos pelos quais os licenciamentos ambientais demoram tanto para serem concluídos

Deixe uma resposta Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  • Trending
  • Comments
  • Latest
PERIGO NO TRONCO DAS ÁRVORES

PERIGO NO TRONCO DAS ÁRVORES

24 de abril de 2019
MANUSCRITO JESUÍTA DESCOBERTO NO BRASIL REVELA INCRÍVEL CONHECIMENTO DE ASTRONOMIA

MANUSCRITO JESUÍTA DESCOBERTO NO BRASIL REVELA INCRÍVEL CONHECIMENTO DE ASTRONOMIA

8 de fevereiro de 2023
LINHA VERDE – DISQUE DENÚNCIA AMBIENTAL

LINHA VERDE – DISQUE DENÚNCIA AMBIENTAL

8 de junho de 2020
Carro movido a água funciona mas não é permitido no Brasil

Carro movido a água funciona mas não é permitido no Brasil

20 de março de 2015
LINHA VERDE – DISQUE DENÚNCIA AMBIENTAL

LINHA VERDE – DISQUE DENÚNCIA AMBIENTAL

231
Banco de Remédios  amplia atuação em São Paulo

Banco de Remédios amplia atuação em São Paulo

227
Carro movido a água funciona mas não é permitido no Brasil

Carro movido a água funciona mas não é permitido no Brasil

170
RECICLAGEM PAGA A CONTA DE LUZ

RECICLAGEM PAGA A CONTA DE LUZ

45
EM DIA MUNDIAL DO AMBIENTE, GUTERRES PEDE TRATADO AMBICIOSO CONTRA PLÁSTICOS

EM DIA MUNDIAL DO AMBIENTE, GUTERRES PEDE TRATADO AMBICIOSO CONTRA PLÁSTICOS

6 de junho de 2025
USO EXCESSIVO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA AMEAÇA O FLUXO DOS RIOS NO BRASIL, APONTA ESTUDO

USO EXCESSIVO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA AMEAÇA O FLUXO DOS RIOS NO BRASIL, APONTA ESTUDO

28 de maio de 2025
SÉRIE “NO PANTANAL TEM GENTE” – 3º EP – INSTITUTO AGWA

SÉRIE “NO PANTANAL TEM GENTE” – 3º EP – INSTITUTO AGWA

28 de maio de 2025
O EQUÍVOCO QUE LEVA À CENSURA

O EQUÍVOCO QUE LEVA À CENSURA

28 de maio de 2025

LEGISLAÇÃO, MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE
Portal Ambiente Legal é mantido pela AICA – Agência de Inteligência Corporativa e Ambiental. Todos os Direitos Reservados.
Av. da Aclimação, 385 – 6º andar – Aclimação – CEP 01531-001 – São Paulo – SP – Tel./Fax: (5511) 3384-1220

No Result
View All Result
  • Home
  • Geral
  • Ambiente Livre
  • Clima e Energia
  • Justiça e Política
  • Sustentabilidade
  • TV AmbLeg
  • Sobre