Revista Ambiente Legal
S.O.S. para as vítimas
mais frágeis do mar
Este ano, eles viraram símbolo das criaturas frágeis do
mar. Foram mais de 150 pingüins que apareceram nas praias
do Rio de Janeiro. Só no mês de junho, perto de 50 deles
foram resgatados. Estavam debilitados e muitos à beira da
morte. Vieram da região da Patagônia e só chegaram aqui
porque se perderam de seu grupo.
São as viúvas do nazismo”, provoca. Ele faz alusão ao Có-
digo Ecológico do III Reich, idealizado por Adolf Hitler e
cheio de boas intenções. Nada além.
Precisamos assumir de maneira total e soberana nossas
águas”, enfatiza o advogado.
A Marinha defende a criação de um Conselho Nacio-
nal para o Gerenciamento do Mar, para acompanhamento
de políticas e ações nessa faixa de nosso território. Seria um
órgão de assessoramento imediato ao presidente da Repúbli-
ca, composto por ministros e dirigentes de órgãos públicos
ligados ao mar e também contaria, quando necessário, com a
participação da iniciativa privada.
O Brasil precisa acordar para a importância do mar”,
define o vice-almirante Marcílio. E acrescenta: “Essa parte
vital de nosso território não pode mais ser vista apenas como
fonte de lazer para ser desfrutada em um dia de sol. O mar
requer toda nossa atenção”, conclui o vice-almirante do Alto
Comando da Marinha.
Todos foram levados para o Zoológico de Niterói (RJ),
que realiza um trabalho de recuperação e devolução ao meio
ambiente de várias espécies animais. Os pingüins receberam
tratamento intensivo, com soro e alimentação adequada, até
recuperarem suas forças, mas muitos não resistiram.
No início de agosto, 24 animais foram embarcados em
caixas especiais para o Centro de Reabilitação de Animais
Marinhos (Cram), no Rio Grande do Sul. Em setembro, na-
vios da Marinha e Petrobras desembarcaram, a cerca de 40
milhas de nossa costa, esses “passageiros”, pois ali há corren-
tes marítimas para levá-los de volta à sua casa, a Patagônia.
Mas não são apenas os pingüins que recebem socorro no
Brasil. O Zoo de Niterói não para de receber animais machu-
cados, como lobos marinhos, aves e outras espécies.
As tartarugas são as vítimas mais numerosas. As hélices
dos barcos é que causam esses graves ferimentos. Precisamos
fazer uma conscientização urgente”, afirma Giselda Candio-
to, diretora do Zôo de Niterói.
O número de animais que precisam de ajuda levou a ins-
tituição a elaborar um projeto que propõe a criação do Cen-
tro de Recuperação Marinho. Os custos estimados são de R$
300
mil. A proposta é a criação de três tanques - acolhimen-
to, tratamento e recuperação – para o tratamento adequado
das vítimas.
Os funcionários do zôo sonham, ainda, em criar uma
praia artificial com areia e até coqueiros para facilitar a recu-
peração e integração dos animais no meio ambiente. “A nossa
idéia não é tê-los para exposição pública, mas recuperá-los
para a vida no seu meio de origem”, explicou Giselda.
Pingüins e tartarugas
marinhas têm tratamento
VIP no Zôo de Niterói
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