ambiente legal
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Um n o v o o l h a r - 1
Por Antonio Carlos Lago *
O
uso da linguagem para comunicar está
presente em todas as atividades empresariais, go-
vernamentais e do terceiro setor, assim como nas
demais atividades humanas. Entretanto, é nas
organizações que as ferramentas de comunicação
são utilizadas para facilitar e apoiar a gestão dos
administradores. Os resultados das ações de suas
atividades são estratégicos para a construção da
imagem pública das instituições, criando ambien-
tes de trabalho interno e externo favoráveis e ocu-
pando espaços positivos no conceito da sociedade.
Negligenciar a comunicação ou mesmo dirigir-se
à sociedade de maneira incorreta pode inviabilizar
o processo de trabalho das organizações e afetar o
valor de suas marcas.
Para que as atividades de comunicação e meio
ambiente possam ser exercidas como funções es-
tratégicas nos negócios das instituições, é neces-
sário que sejam reconhecidas pelos níveis de suas
estruturas organizacionais, prioritariamente:
Pela alta administração, responsável pela defi-
nição das estratégias voltadas para os interesses
dos governos, acionistas, parceiros e da socie-
dade;
Pelos especialistas, que oferecem seus serviços,
negociam com os mercados e atendem os seg-
mentos de públicos de interesse das empresas;
Pelo nível funcional formado pelas coorde-
nações e gerências de produtos e serviços das
organizações, e
Pelo nível institucional, que envolve prin-
cipalmente os profissionais de comunicação
encarregados de estabelecer o posicionamento
público das organizações e suas políticas inter-
nas e externas.
Relações Públicas:
ferramentas
estratégicas
para o meio
ambiente
Essa classificação é apenas para entendermos
como as ações de comunicação e meio ambiente
são valorizadas ou não nas estruturas organizacio-
nais. O nível institucional, do ponto de vista de
comunicação é o mais importante, pois lida não
apenas com o esforço de desenvolver ações de legi-
timação da marca e da identidade corporativa, mas
também com as situações de crises geradas a partir
de ocorrências de desastres e acidentes ambientais.
Estes fatos, normalmente, evoluem para pro-
blemas institucionais de graves conseqüências,
uma vez que são encarados pela administração
sob o aspecto técnico e ignorados sob o ponto de
vista da percepção do público.
De acordo com o que estabelece os “Dez
Mandamentos da Comunicação Ambiental”,
a opinião pública está mais consciente e sensí-
vel às questões ambientais e tem cobrado cada
vez mais das empresas, políticos e governos um
maior comprometimento e responsabilidade com
o meio ambiente. O resultados são leis e multas
rigorosas, podendo chegar facilmente a milhões
de reais, além da obrigação de reparar o dano.
O papel dos profissionais e veículos de comu-
nicação nessa tomada de consciência foi estraté-
gico. Ao divulgarem as tragédias e acidentes am-
bientais que ocorrem no mundo, contribuíram
para o despertar de uma consciência ambiental
que cada vez é mais crescente e cuja tendência é
aumentar.
Às vezes, empresas e governos mudam de ati-
tude e adotam políticas ambientais sérias, mas
não investem adequadamente na divulgação de
seus resultados e continuam sendo vistos como
vilões do meio ambiente.
ABRP/DF