NA DATA DA REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932 – EMITO ESSA NOTA NÃO OFICIAL PARA REPUDIAR O ATAQUE À LIBERDADE…
Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro*
Hora de lutar por uma Constituição de verdade, justa, democrática, republicana, ocidental e limpa
É 9 de Julho.
Não poderia deixar a data passar sem me pronunciar como jornalista e membro – com muito orgulho, da Associação Paulista de Imprensa – filha da Revolução Constitucionalista de 1932.
A API foi fundada pelos jornalistas de São Paulo, engajados na luta em prol de uma Constituição Livre e Democrática para o Brasil, que garantisse a liberdade de imprensa e a livre expressão.
Essa luta do jornalismo bandeirante é a história do Brasil, desde a morte do jornalista Líbero Badaró, cujas implicações levaram à abdicação de Pedro I, à campanha abolicionista, a República e a entrega do regime para as mãos civis – lideradas pelo jornalismo paulista de Rangel Pestanal Júlio Mesquita com o “Estadão”, Adolfo Araújo e Casper Líbero com a “Gazeta”, José Maria Lisboa e Américo de Campos com o Diário Popular, dentre tantos outros.
O fundador e primeiro presidente da API foi Guilherme de Almeida, príncipe dos poetas paulistas, exemplo para o jornalismo bandeirante e patrono de uma das colunas da nossa Academia de Direito do Largo de São Francisco.
Assim, a liberdade de expressão e de imprensa, e sua impressão a ferro e fogo na Constituição, constituem princípios indissociáveis da poesia, da advocacia e do jornalismo paulista.

No momento em que se comemora mais um ano da histórica Revolução Paulista de 1932, realizada por uma geração de cidadãos corajosos, que não vergavam a espinha para batráquios e regravam sua vida pela moral, em prol de um Brasil livre e democrático, é preciso resgatar os valores que marcaram com sangue a terra paulista e o Brasil.
Sou jornalista, editor-chefe há trinta anos de uma mídia ativa e digna – a Revista e hoje “Portal Ambiente Legal”, e responsável há mais de uma década por um Blog ativo e despretencioso – o “The Eagle View” – que juntos já somam mais de 11 milhões de acessos. Com muito orgulho, exerço as funções de Vice-Presidente e diretor da Associação Paulista de Imprensa há dez anos, lado a lado com nosso presidente Sérgio Redó.
Assim, com a devida venia de nossos amigos dirigentes da API, venho declarar meu repúdio à grande ameaça ao Estado Democrático de Direito, hoje representada pelo totalitarismo “bolivariano” tutelado pelo ativismo judicial, pela judicialização da política nacional, pela corrupção moral institucionalizada e, sobretudo, pela monstruosa repressão e censura à liberdade de expressão, à liberdade de imprensa e à livre manifestação, encetadas por operadores togados, pigmeus jusburocratas engravatados e seres indignos que mancham a sobriedade e a neutralidade da toga, da farda, do mandato, das investiduras e do próprio jornalismo, conspurcando a Nação com o borrão do proselitismo ideológico dissimulado, decisões infamantes, performances públicas vergonhosas e comportamentos discognitivos lamentáveis, que ferem de morte o Estado Democrático de Direito, põem em risco a sobrevivência da República e afetam a segurança e sobrevivência dos nossos cidadãos brasileiros.

No momento em que vivemos intensas transformações tecnológicas, intenso trânsito de informações e popularização dos meios de comunicação digitais, assistimos nossa grande mídia nacional, herdeira de Líbero Badaró, totalmente enlameada, contaminada pelo adesismo, pela censura ideológica e pela segregação sistemática dos discordantes do rebanho conduzido pelas mãos sujas de sangue e infectadas pela corrupção moral do establishment.
O quadro é grave. É hora, portanto, de invocar o espírito da revolução de 1932, para resgatar as instituições permanentes da Nação, hoje aparelhadas por militantes indignos, cuja ação deletéria esgarça o tecido social e instala a corrupção epidêmica. Hora de combater o ativismo sem freios, que contamina a Administração Pública brasileira e destrói, como um cancro, os três poderes que constituem a República.
É hora, sobretudo, de resgatar o verdadeiro espírito do jornalismo, da reportagem, da análise crítica e desengajada e o compromisso inarredável com a verdade.
Hora de lutar por uma Constituição de verdade, justa, democrática, republicana, ocidental e limpa. Hora de resgatar o espírito dos que lutam pelo que é certo, e tratar de enterrar o regime zumbi, que devora hoje a a necrose de uma constituição moribunda, triturada pelas ratazanas não hesitarão em também devorar a Nação.
São Paulo, 9 de julho de todos os anos… desde 1932.
*Antonio Fernando Pinheiro Pedro – é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio do escritório Pinheiro Pedro Advogados. É diretor da AICA – Agência de Inteligência Corporativa e Ambiental. Membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB e Vice-Presidente da Associação Paulista de Imprensa – API. É Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View”.
Artigo revisado em 09.07.25
Fonte: The Eagle View
Publicação Ambiente Legal, 09/07/2024
Edição: Ana Alves Alencar
As publicações não expressam necessariamente a opinião dessa revista, mas servem para informação e reflexão.