Portal Ambiente Legal
No Result
View All Result
  • Home
  • Geral
  • Ambiente Livre
  • Clima e Energia
  • Justiça e Política
  • Sustentabilidade
  • TV AmbLeg
  • Sobre
segunda-feira 9 de junho de 2025
Portal Ambiente Legal
  • Home
  • Geral
  • Ambiente Livre
  • Clima e Energia
  • Justiça e Política
  • Sustentabilidade
  • TV AmbLeg
  • Sobre
No Result
View All Result
Portal Ambiente Legal
No Result
View All Result
Home Geral

É O SUS, ESTÚPIDO !

by Portal Ambiente Legal
22 de julho de 2020
in Geral, Justiça e Política
0
É O SUS, ESTÚPIDO !
162
SHARES
2k
VIEWS
EmailFacebookLinkedinTwitter

 O Brasil sobreviverá ao coronavírus e aos idiotas, graças ao Sistema Único de Saúde e suas estruturas de gestão

 

sus2

 

Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro*

Minha infância e juventude foi marcada pela proximidade com uma jovem amiga de família , oriunda de Goiás, uma das primeiras administradoras públicas formadas pela FGV, dirigente do planejamento no Governo Mauro Borges e um dos quadros responsáveis pela estruturação do IDAGO, Foi perseguida na revolução de 1964, viajou para a Europa – onde fez uma pós na Inglaterra e, no retorno, integrou o grupo responsável pelo primeiro grande plano diretor de uma cidade no Brasil – Goiânia. Nesse período vinha muito a São Paulo e não raro se hospedava em casa. Ela fazia questão que eu, então com sete para oito anos, lesse o Estadão e o Jornal da Tarde com ela. Claro que de início foram as tirinhas de quadrinhos. Mas logo evoluíram para manchetes, olho da notícia e até artigos inteiros. Por isso, considero que fui alfabetizado pelo O Estado de São Paulo.

Nazareth foi, posteriormente, integrada com elogios nos quadros do Ministério do Planejamento, prestigiada pelos Superministros Reis Veloso, (1969/1979), e Delfim Neto (1979/1985), para marcar uma firme mudança de postura no planejamento brasileiro.

Maria de Nazareth Aguiar, com quem passei horas, em São Paulo e em Goiânia, dialogando e fumando cachimbo – foi grande referência ideológica na minha adolescência e juventude. Me lembro de como ela relatou trabalhos que fez para o planejamento estratégico em países da América do Sul, então marcados por grande instabilidade política. Esses relatos foram para mim uma iluminação.

Ela me fez ver o valor da matemática no planejamento e a importância da engenharia legal na construção de planos, políticas e programas, sempre apoiados organicamente em sistemas e estruturas institucionais – com entes articulados, com dotação orçamentária, organograma, fluxograma de decisões, princípios, objetivos e instrumentos de implementação.

Até pela traumática experiência de ter visto muito do que fizera ser destruído por pura mesquinhez político-ideológica, minha grande e saudosa amiga tratou de sempre firmar estruturas institucionais permanentes – que transcendessem os governantes de plantão e resistissem às intempéries ocasionais.

Essa minha referência a Nazareth tem tudo a ver com a exclamação no título deste artigo.

“É o SUS, estúpido”, deriva da frase “It’s the economy, stupid” (é a economia, idiota), que foi cunhada em 1992 por James Carville, estrategista da vitoriosa campanha presidencial de Bill Clinton contra o presidente republicano George H. W. Bush. A frase respondia à perplexidade de todos ante a mudança de quadro na política americana (Bush se julgava vitorioso após derrotar os iraquianos na Guerra do Golfo e foi engolido por uma avalanche de votos democratas).

A frase virou um “snowclone” – algo que passa a ser usado em vários contextos diferentes e, mesmo assim, é reconhecido de imediato. Serve para compreensão, portanto, do atual momento brasileiro – não somente no aspecto da economia, mas no da política também. E o SUS se encaixa perfeitamente nisso.

A lição que aprendi de Nazareth foi a mesma aplicada pelos governos empenhados em buscar o desenvolvimento econômico mundo afora na segunda metade do século passado,. O Brasil dos governos militares, tanto quanto no período de Juscelino e Jango, também prestigiaram o planejamento e pavimentaram o desenvolvimento econômico nacional por meio de sistemas de governança e instituições que saíram do texto legal para a gestão de recursos humanos e a engenharia e arquitetura de sedes, salas e edifícios funcionais.

Conto essa história para lembrar da importância dessa filosofia de planejamento no momento em que lutamos todos contra os terríveis e sinérgicos efeitos da pandemia de COVID ocasionada pelo coronavírus.

Foi com essa filosofia e com esse mesmo ímpeto de perenizar políticas públicas abrangentes, que o Sistema Nacional de Saúde foi instituído pelo governo federal, nos idos de 1975, buscando um sistema universalizado nos moldes do praticado na Inglaterra desde o fim da Segunda Grande Guerra, embora ainda muito vinculado ao sistema de previdência social. A iniciativa forma um divisor de águas no atendimento da população, com todos os percalços e desvios que se fizeram e ainda se fazem nesse campo da Administração Pública.

O conceito de universalização da saúde foi cristalizado na Constituição Federal de 1988, e ampliado sobremaneira pelo Sistema Único de Saúde, totalmente inspirado no festejadíssimo National Health Service do Reino Unido, tornando o Brasil o único país com mais de 200 milhões de habitantes a possuir um sistema de saúde pública universal em pleno funcionamento.

De fato, o SUS abrange de atendimentos primários até procedimentos complexos. Executa o atendimento de emergência, dispões de um Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)., aplica vacinas e fornece remédios gratuitamente para pessoas com diversas doenças ( de diabetes e pressão alta a HIV e Alzheimer). O sistema ainda desenvolve o apoio a pesquisas na área de epidemiologia e fiscaliza a qualidade do abastecimento de alimentos para consumo.

Com o advento do SUS, a população brasileira passou a exercer o direito constitucionalmente estabelecido à saúde universal e gratuita, financiada com recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Para tanto, foram incluídos no sistema os centros e postos de saúde, os hospitais públicos e universitários, laboratórios, bancos de sangue, a agência e os serviços de vigilância sanitária, vigilância epidemiológica, vigilância ambiental, além de fundações e institutos de pesquisa acadêmica e científica, federais e dos estados, como a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Instituto Vital Brazil e Instituto Butantã.

Nossa mediocridade ( que parece ser inata), nos faz criticar sistematicamente o sistema que nos atende no primeiro momento e nos acolhe como último recurso. No entanto, é ao SUS que devemos a impressionante defesa da saúde do brasileiro no enfrentamento eficaz à pandemia do coronavírus.

É ao SUS que devemos a articulação das estruturas de atendimento suplementar, distribuição dos remédios, acolhimento dos doentes, ações de prevenção, aceleração das pesquisas – incluso da vacina contra a Covid-19 e até mesmo a organização de fornecimento da indefectível cloroquina incensada como elixir pelo idiossincrático presidente da república de plantão. O SUS também deverá ministrar a tão esperada vacina, cujos institutos integrantes do sistema se empenham em contribuir para o seu advento.

O SUS sobreviveu ao embate entre presidente, governadores e prefeitos, resistiu aos escândalos de corrupção, às bravatas bolsonaristas, ao negacionismo irresponsável, à pavonice de governadores, ao necronoticiário dos veículos de imprensa e à intensa troca de ministros. Permanece impávido, cumprindo com suas atribuições e surpreendendo positivamente a cada dia.

Assim, antes de babar ovo para o demagogo de plantão, o cidadão brasileiro deve elogiar e se orgulhar do Sistema Único de Saúde que o atende, protegendo-o, inclusive, dos idiotas que eventualmente se arvoram a administrá-lo. É o SUS o grande tesouro nacional e é a ele que devemos o pronto atendimento, a rápida e eficaz ação preventiva e o sucesso obtido até agora no controle da pandemia – proporcionalmente muito inferior aos quadros de contaminação e óbitos da Ásia, Europa e Estados Unidos (que não tem SUS… e por isso está apanhando violentamente da pandemia).

Assim, a próxima vez que alguém postado à esquerda ou à direita da biruta de aeroporto que se transformou a política tupiniquim, vier contar qualquer vantagem ou fazer crítica com relação à pandemia, não hesite em responder: “é o SUS, estúpido!”.

Talvez isso sirva de guia para orientar interlocutores catatônicos ante a resiliência da governança da Saúde, com relação à crise que se abateu na política em relação à pandemia.

 
afpp17*Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB e Vice-Presidente da Associação Paulista de Imprensa – API. É Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View”. É Consultor Jurídico da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos – ABREN.

 

 

Fonte: The Eagle View
Publicação Ambiente Legal, 22/07/2020
Edição: Ana A. Alencar

 

 

Tags: "é o SUS estúpido"Administração Públicacoronavíruscovid-19governo Bolsonaropandemiaplanejamento estratégicoSistema único de saúdevacinação
Previous Post

O Conhecimento de Embarque Digital (eBL): estamos preparados?

Next Post

Proteger a Amazônia sem ciência: quais são as chances de sucesso?

Next Post
Proteger a Amazônia sem ciência: quais são as chances de sucesso?

Proteger a Amazônia sem ciência: quais são as chances de sucesso?

Deixe uma resposta Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  • Trending
  • Comments
  • Latest
PERIGO NO TRONCO DAS ÁRVORES

PERIGO NO TRONCO DAS ÁRVORES

24 de abril de 2019
MANUSCRITO JESUÍTA DESCOBERTO NO BRASIL REVELA INCRÍVEL CONHECIMENTO DE ASTRONOMIA

MANUSCRITO JESUÍTA DESCOBERTO NO BRASIL REVELA INCRÍVEL CONHECIMENTO DE ASTRONOMIA

8 de fevereiro de 2023
LINHA VERDE – DISQUE DENÚNCIA AMBIENTAL

LINHA VERDE – DISQUE DENÚNCIA AMBIENTAL

8 de junho de 2020
Carro movido a água funciona mas não é permitido no Brasil

Carro movido a água funciona mas não é permitido no Brasil

20 de março de 2015
LINHA VERDE – DISQUE DENÚNCIA AMBIENTAL

LINHA VERDE – DISQUE DENÚNCIA AMBIENTAL

231
Banco de Remédios  amplia atuação em São Paulo

Banco de Remédios amplia atuação em São Paulo

227
Carro movido a água funciona mas não é permitido no Brasil

Carro movido a água funciona mas não é permitido no Brasil

170
RECICLAGEM PAGA A CONTA DE LUZ

RECICLAGEM PAGA A CONTA DE LUZ

45
EM DIA MUNDIAL DO AMBIENTE, GUTERRES PEDE TRATADO AMBICIOSO CONTRA PLÁSTICOS

EM DIA MUNDIAL DO AMBIENTE, GUTERRES PEDE TRATADO AMBICIOSO CONTRA PLÁSTICOS

6 de junho de 2025
USO EXCESSIVO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA AMEAÇA O FLUXO DOS RIOS NO BRASIL, APONTA ESTUDO

USO EXCESSIVO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA AMEAÇA O FLUXO DOS RIOS NO BRASIL, APONTA ESTUDO

28 de maio de 2025
SÉRIE “NO PANTANAL TEM GENTE” – 3º EP – INSTITUTO AGWA

SÉRIE “NO PANTANAL TEM GENTE” – 3º EP – INSTITUTO AGWA

28 de maio de 2025
O EQUÍVOCO QUE LEVA À CENSURA

O EQUÍVOCO QUE LEVA À CENSURA

28 de maio de 2025

LEGISLAÇÃO, MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE
Portal Ambiente Legal é mantido pela AICA – Agência de Inteligência Corporativa e Ambiental. Todos os Direitos Reservados.
Av. da Aclimação, 385 – 6º andar – Aclimação – CEP 01531-001 – São Paulo – SP – Tel./Fax: (5511) 3384-1220

No Result
View All Result
  • Home
  • Geral
  • Ambiente Livre
  • Clima e Energia
  • Justiça e Política
  • Sustentabilidade
  • TV AmbLeg
  • Sobre