Portal Ambiente Legal
No Result
View All Result
  • Home
  • Geral
  • Ambiente Livre
  • Clima e Energia
  • Justiça e Política
  • Sustentabilidade
  • TV AmbLeg
  • Sobre
terça-feira 10 de junho de 2025
Portal Ambiente Legal
  • Home
  • Geral
  • Ambiente Livre
  • Clima e Energia
  • Justiça e Política
  • Sustentabilidade
  • TV AmbLeg
  • Sobre
No Result
View All Result
Portal Ambiente Legal
No Result
View All Result
Home Geral

Papel de bagaço e palha

by Portal Ambiente Legal
31 de janeiro de 2018
in Geral
0
Papel de bagaço e palha
180
SHARES
2.3k
VIEWS
EmailFacebookLinkedinTwitter

Empresas usam resíduos de cana-de-açúcar para produzir folhas de sulfite e embalagens

 

bagaco-cana

 

Por Domingos Zaparolli/Fapesp

 

Duas empresas estão transformando resíduos da cana-de-açúcar em celulose e papel. A FibraResist inaugurou em fevereiro de 2017 uma fábrica para produzir celulose a partir da palha da cana em Lençóis Paulista, região canavieira no interior de São Paulo. A prioridade é atender a indústria de papel para embalagens, embora a tecnologia também permita a produção de tissue, o material empregado em guardanapo, papel higiênico e papel toalha. Mais antiga, a GCE, com sede na capital paulista, produz desde 2009 em parceria com a colombiana Propal a folha de sulfite EcoQuality, utilizando como insumo o bagaço da cana.

A FibraResist é resultado do desenvolvimento de um processo produtivo inovador. Em 2009, o químico industrial José Sivaldo de Souza levou à direção do grupo Cem, que tem negócios nos segmentos de construção, borracha e agropecuária, uma proposta de produzir celulose com resíduos de cana. Ele sabia que o Cem, onde trabalha, buscava diversificar suas atividades.

Papel sulfite produzido na Colômbia com celulose do bagaço de cana
Papel sulfite produzido na Colômbia com celulose do bagaço de cana

O grupo resolveu investir R$ 6 milhões no desenvolvimento do projeto. Os estudos tiveram o apoio de pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), que escolheram a palha como matéria-prima, fizeram a análise da pasta celulósica produzida e da rota de produção de celulose a frio, que dispensa o uso de caldeiras para o cozimento da fibra. A empresa depositou patente no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) visando resguardar todo o processo produtivo. Entre os produtos desenvolvidos pela empresa está um biodispersante que faz a separação da celulose da palha e da lignina, uma molécula que age como cola natural e dá rigidez às células das plantas. No sistema de produção tradicional, essa separação é feita durante o cozimento. A produção a frio não demanda energia para alimentar as caldeiras e elimina a emissão de gases industriais.

O processo produtivo elaborado pela companhia ainda envolve um circuito fechado de água, que é tratada e reutilizada, e o aproveitamento dos resíduos finais como adubo. “É um processo desenvolvido para ser ambientalmente sustentável”, diz Mário Welber, diretor de relações institucionais da FibraResist. A fábrica demandou investimentos de R$ 25 milhões, sendo R$ 10,5 milhões financiados pela agência de fomento paulista Desenvolve SP. Sua capacidade de produção é de 70 mil toneladas (t) ao ano. No momento está em fase de comissionamento, na qual são testados os equipamentos e o processo industrial de ponta a ponta com uma produção em pequena escala. A produção atual é de 6 t diárias de pasta celulósica, fornecida para o primeiro cliente, a Sanovo Greenpack Embalagens, que fabrica estojos para ovos e bandejas para frutas. “O papel também está sendo testado por dois outros potenciais clientes”, conta Welber.

O insumo da FibraResist, a palha, é recolhido em um raio de 100 quilômetros de Lençóis Paulista por uma empresa terceirizada que a entrega em fardos de 450 quilos. Segundo Welber, o limite de retirada de palha da lavoura é de 80%, os demais 20% ficam no campo para nutrir a área de plantio, manter a umidade do solo, controlar ervas daninhas e evitar a erosão da terra. “A palha é necessária ao canavial, mas em excesso facilita a propagação de pragas e alimenta incêndios espontâneos”, afirma.

A palha de cana é um resíduo abundante no Brasil. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que foram colhidos 657,18 milhões de t de cana-de-açúcar na safra 2016/2017, ocupando uma área de 9,05 milhões de hectares. Segundo Henrique Coutinho Junqueira Franco, coordenador do programa Sugarcane Renewable Electricity (Sucre), do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), cada tonelada de cana gera cerca de 120 quilos de massa seca de palha e 125 quilos de massa seca de bagaço.

Para Franco, existe a necessidade da elaboração de políticas regulatórias que estimulem o melhor aproveitamento dos resíduos do setor. “A maioria do bagaço já é utilizada na cogeração de eletricidade e produção de etanol de segunda geração. Mas a palha ainda é pouco usada”, afirma.

A produção de celulose é uma alternativa para utilizar a palha excedente. Segundo Fernando José Borges Gomes, professor do Departamento de Produtos Florestais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), as fibras da palha e do bagaço se assemelham muito à do eucalipto. “É possível a obtenção de polpas celulósicas de alta qualidade, similares em propriedades físico-mecânicas às obtidas a partir do eucalipto”, explica. O uso de fibras alternativas, não provenientes de madeira, para a produção de celulose não é novidade. Bambu, babaçu, sisal e resíduos agrícolas já são utilizados há décadas, principalmente em países onde a disponibilidade de terras para o cultivo de árvores é baixa.

Parceria tecnológica

O bagaço de cana é uma fonte utilizada para produzir papel há mais de 60 anos. Empresas chinesas, indianas, argentinas e colombianas usam o insumo. Os empresários paulistas Luiz Machado e Guilherme de Prá, dois executivos oriundos do setor papeleiro que fundaram a GCE, viram no bagaço uma oportunidade de se distinguir no mercado brasileiro de papel sulfite, um negócio de 600 mil t por ano em que predominam duas empresas, a Suzano e a International Paper (IP). “Oferecemos um produto que não ocupa áreas de plantio e aproveita os excedentes da indústria sucroalcooleira. Os resíduos são transformados em material nobre”, informa Machado.

068-071_papel-de-cana_263-300x277A estratégia da GCE para entrar no mercado de papel foi realizar uma parceria com a colombiana Propal, do grupo Carvajal, que já utilizava bagaço de cana no seu processo produtivo, mas sem a qualidade desejada pelos brasileiros. Machado e Prá entraram com experiência adquirida em 40 anos de vivência no mercado de papéis e aprimoraram o produto. Conseguiram chegar ao padrão de lisura, espessura, opacidade e teor de umidade desejado, o que resultou nas linhas Reprograf, comercializado pela Propal, e EcoQuality, da GCE.

Pelo acordo, os brasileiros ficam com 30% da produção anual de 180 mil t fabricadas na Colômbia pela Propal, nas cidades de Yumbo e Caloto. A GCE comercializa o EcoQuality no Brasil, Estados Unidos e México. A decisão de manter a produção no país vizinho está relacionada a dois fatores. O primeiro é a disponibilidade do insumo, uma vez que a Colômbia também planta cana-de-açúcar. O segundo é o custo da energia. As caldeiras na fábrica colombiana são alimentadas a gás e apresentam um custo 35% menor que no Brasil. A energia representa 20% dos custos de produção do papel.

Segundo Machado, o papel EcoQuality é vendido no mercado brasileiro por um preço equivalente ao dos maiores concorrentes. Empresas que associam suas marcas às campanhas de sustentabilidade são, por ora, o principal nicho de clientes do sulfite de bagaço de cana. A GCE tem a maioria de sua receita proveniente de contratos de fornecimento para empresas que associam suas marcas a campanhas de sustentabilidade, como Pfizer, Vale, Abril e Basf. No Brasil, mais de 90% das fibras de celulose utilizadas para a produção de papel são provenientes de florestas plantadas de eucaliptos e pinus. Em 2016, o país produziu 18,7 milhões de t de celulose, a quarta maior produção do mundo, e 5,4 milhões de t de papel, conforme dados da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).

O engenheiro químico Alfredo Mokfienski, consultor da Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP), diz que a indústria brasileira de celulose de eucalipto e pinus são muito competitivas. Possuem uma escala produtiva grande, porque as fábricas são projetadas para uma produção superior a 1 milhão de t/ano. “Com essa escala, dificilmente empresas que usam insumos alternativos, com produção de 70 mil t ou mesmo 180 mil t por ano, conseguem competir”, explica Mokfienski.

Fernando Gomes, da UFRRJ, diz que do ponto de vista econômico a produção de celulose a partir do eucalipto e do pinus é mais vantajosa. Mas a transformação dos resíduos da cana em celulose não é desprezível, porque é um material de pouco ou sem valor, no caso da palha, e se insere dentro de modelos de produção sustentáveis. “É uma destinação nobre e colabora para uma maior sustentabilidade ao setor sucroenergético”, comenta Gomes.

Fonte: Fapesp

 

 

Tags: Artigoscelulose e papelindustria de papel e celulosepapel de bagaço de canaresíduos da cana-de-açúcarsustentabilidade
Previous Post

A desconhecida cordilheira no litoral brasileiro que pode virar a maior reserva marinha do Atlântico

Next Post

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO

Next Post
A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO

Deixe uma resposta Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  • Trending
  • Comments
  • Latest
PERIGO NO TRONCO DAS ÁRVORES

PERIGO NO TRONCO DAS ÁRVORES

24 de abril de 2019
MANUSCRITO JESUÍTA DESCOBERTO NO BRASIL REVELA INCRÍVEL CONHECIMENTO DE ASTRONOMIA

MANUSCRITO JESUÍTA DESCOBERTO NO BRASIL REVELA INCRÍVEL CONHECIMENTO DE ASTRONOMIA

8 de fevereiro de 2023
LINHA VERDE – DISQUE DENÚNCIA AMBIENTAL

LINHA VERDE – DISQUE DENÚNCIA AMBIENTAL

8 de junho de 2020
Carro movido a água funciona mas não é permitido no Brasil

Carro movido a água funciona mas não é permitido no Brasil

20 de março de 2015
LINHA VERDE – DISQUE DENÚNCIA AMBIENTAL

LINHA VERDE – DISQUE DENÚNCIA AMBIENTAL

231
Banco de Remédios  amplia atuação em São Paulo

Banco de Remédios amplia atuação em São Paulo

227
Carro movido a água funciona mas não é permitido no Brasil

Carro movido a água funciona mas não é permitido no Brasil

170
RECICLAGEM PAGA A CONTA DE LUZ

RECICLAGEM PAGA A CONTA DE LUZ

45
EM DIA MUNDIAL DO AMBIENTE, GUTERRES PEDE TRATADO AMBICIOSO CONTRA PLÁSTICOS

EM DIA MUNDIAL DO AMBIENTE, GUTERRES PEDE TRATADO AMBICIOSO CONTRA PLÁSTICOS

6 de junho de 2025
USO EXCESSIVO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA AMEAÇA O FLUXO DOS RIOS NO BRASIL, APONTA ESTUDO

USO EXCESSIVO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA AMEAÇA O FLUXO DOS RIOS NO BRASIL, APONTA ESTUDO

28 de maio de 2025
SÉRIE “NO PANTANAL TEM GENTE” – 3º EP – INSTITUTO AGWA

SÉRIE “NO PANTANAL TEM GENTE” – 3º EP – INSTITUTO AGWA

28 de maio de 2025
O EQUÍVOCO QUE LEVA À CENSURA

O EQUÍVOCO QUE LEVA À CENSURA

28 de maio de 2025

LEGISLAÇÃO, MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE
Portal Ambiente Legal é mantido pela AICA – Agência de Inteligência Corporativa e Ambiental. Todos os Direitos Reservados.
Av. da Aclimação, 385 – 6º andar – Aclimação – CEP 01531-001 – São Paulo – SP – Tel./Fax: (5511) 3384-1220

No Result
View All Result
  • Home
  • Geral
  • Ambiente Livre
  • Clima e Energia
  • Justiça e Política
  • Sustentabilidade
  • TV AmbLeg
  • Sobre