Por Ester Checchetto Sousa*
Ao contrário do que muitos pensam zona de conforto não tem a ver com prazer ou situações agradáveis, vai muito além disso.
Zona de conforto tem a ver com situações boas e más que enfrentamos ao longo de nossa vida, fazendo com que tudo permaneça como está, e desta forma não precisamos lidar com o novo desconhecido.
Pessoas passam por anos a fio reclamando de relacionamentos abusivos, ou em um emprego que não cabe mais ao seu estilo de vida, permanecem morando com os pais mesmo após uma idade madura etc.
E porque é tão difícil tomar uma atitude e encarar mudanças na nossa vida?
O preço é muito alto, porém compensador. É preciso coragem !
Mas coragem pra quê? Essa atitude faz com que o individuo passe a encarar suas próprias inseguranças, medo do novo, medo de assumir suas próprias responsabilidades, riscos, lidar com seus próprios complexos e crenças limitantes.
Veremos então a seguir algumas dicas de como iniciar este processo começando por entender a respeito de crenças limitantes.
Crenças limitantes são idéias que você viu, ouviu e acreditou serem verdadeiras a seu respeito, que podem ter gerado baixa estima.
Essas crenças podem estar a nível consciente ou até inconsciente.
Se você cresceu num ambiente pessimista, pode achar que mudanças não dar certo e acaba por buscar sempre uma resposta negativa a qualquer plano ou projeto fazendo com que eles não saiam do papel.
Essa crença pode ser chamada de hereditária.
Crenças sociais
São aquelas crenças que o indivíduo ouve no senso comum, podem ser também impostas pela sociedade, pela mídia:
“O país está um caos, logo não posso arriscar um novo emprego neste momento.”
“Pau que nasce torto morre torto.”
Crenças pessoais
São crenças assimiladas e validadas através da experiência individual que tem origem hereditária, mas que só se tornarão verdade dependendo da estrutura da personalidade do indivíduo, o quanto de incentivo e apoio ele recebeu ou não nessa fase e que através disto podem ser ressignificados a tempo.
Por exemplo, se você na sua infância sonhava em ser um arquiteto, mas ouviu alguém que exercia um poder emocional na sua vida dizer que não era tão inteligente quanto seus irmãos, assimilou essa crença, mas algum tempo depois recebeu um elogio que se sobrepôs a esse de alguém dizendo “poxa , como você foi bem nesta prova! “, muito provavelmente pode ter ressignificado a crença limitante.
Vamos listar algumas crenças a seguir, pare por um instante, e caso você se identifique com alguma poderá imediatamente substituí-la.
“ Trabalho duro , mas nunca tenho dinheiro.”
“ Esse menino não tem jeito “
“ Você é muito baixinho para este esporte “
“ Quando eu fico feliz sempre acontece algo que estraga”
“ Eu não posso conseguir sucesso primeiro que meu irmão “
“ Se meus pais nunca tiveram casa própria , como vou conseguir ter ?”
“ Só consigo as coisas com muita dificuldade “
Sobre os ganhos secundários na zona de conforto
Pode parecer contraditório , mas existem pessoas que imaginam ter “ ganhos “ dentro da zona de conforto. Isso ocorre quando o indivíduo está em uma situação mesmo que ela seja desvantajosa.
O ganho secundário não traz nenhum benefício real, porém deixa o indivíduo estagnado.
Exemplo pessoas que adquirem doenças para conseguir o amor e atenção de alguém , bem como benefícios financeiros, casos muito comuns em ambiente de trabalho.
O indivíduo vive a crença falsa de que se está doente pode empurrar coma barriga um emprego que não lhe agrada mais, ao invés de se requalificar e buscar uma oportunidade que mais combine com seus potenciais.
Sobre os benefícios de sair da zona de conforto
Enxergar em zona de conforto é o primeiro passo para tomar coragem e se libertar. Vislumbrar outras oportunidades, lidar com suas emoções, desenvolver sua criatividade, interagir com novas relações .
Promova suas próprias mudanças, reconstrua uma nova auto-estima antes que a vida te obrigue a fazer isto.
Sigmund Freud disse :
“ Quando a dor de não estar vivendo for maior que o medo da mudança, a pessoa muda “.
Vamos lá, não deixe para depois.
La vita è bella!
*Ester Checchetto Sousa, é psicanalista e hipnoterapeuta.