Rodada de Bonn expõe paralisia nas negociações sobre mudanças no clima
Por Danielle Denny
As tratativas sobre mudanças climáticas continuam em impasse. A rodada de junho em Bonn, na Alemanha, não foi diferente. Alguns países que integram a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC na sigla, em inglês), ficaram insistindo em questões procedimentais a ponto do representante de Tuvalu ironizar que a atitude “é similar a de quem para mostrar que o cinto de segurança não funciona, decide bater o carro”.
Para a secretária executiva da UNFCCC, Christiana Figueres, o foco das negociações foi em desflorestamento, que corresponde a 18% das emissões globais, e em eficiência energética, área em que tecnologia e formas de financiamento já existem. “Os benefícios colaterais de avanços nessas áreas são disseminados para todos os níveis [internacional, doméstico e privado]”, analisa a secretária.
O Brasil se vangloriou da queda recorde no desmatamento da Amazônia Legal, 83% em 2012, comparando com 2004. E exibiu as ações recentes, executadas com recursos nacionais, como o Plano de Agricultura de Baixo Carbono (Plano ABC), coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para promover a recuperação de pastos degradados. Carlos Klink, secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, acredita que as iniciativas brasileiras “são muito pouco noticiadas, mas que há avanços significativos”.
A próxima reunião será em Varsóvia, na Polônia, em novembro. Tomara que o ânimo dos países seja de maior engajamento. Compromissos voluntários e avanços pontuais são importantes, mas o sistema precisa de uma norma internacional que vincule todos os países.