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O Cristo Redentor e a Princesa Isabel

by Portal Ambiente Legal
3 de outubro de 2020
in Geral, Justiça e Política
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O Cristo Redentor e a Princesa Isabel
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Poucas pessoas sabem que uma estátua da Princesa Isabel quase foi erguida no alto do Monte Corcovado, antes da estátua do Cristo Redentor.

 

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No dia 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil. Os abolicionistas queriam erguer uma estátua da redentora dos escravos no alto do Corcovado. A Princesa Isabel, gentilmente, declinou, ordenando que fosse construída uma imagem do Sagrado Coração de Jesus, que para ela era o verdadeiro redentor dos homens. ‘Pois Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho único, para que todo o que n’Ele crê não pereça, mas tenha vida eterna’ (Jo 3,16). Era um documento de 2 de agosto de 1888:

‘Manda Sua Alteza a Princesa Imperial Regente em Nome de Sua Magestade o Imperador agradecer a oferta da Commição Organizadora constituída da Sociedade Brazileira de Beneficência de Paris, da Cia. Estrada de Ferro do Cosme Velho ao Corcovado e do Jornal O Paiz, para erguer huma estátua em sua honra pela extinção da escravidão no Brasil, e faz mudar a dita homenagem e o projecto, pelo officio de 22 de julho do corrente anno, por huma estátua do Sagrado Coração de Nosso Senhor Jezus Christo, verdadeiro redentor dos homens, que se fará erguer no alto do morro do Corcovado’.

Atendendo ao decreto da Princesa Isabel, os viscondes de Mauá e de Santa Vitória viajaram a Paris, encomendando o projeto e a execução de uma estátua de bronze do Sagrado Coração de Jesus, com 15 metros de altura. Este projeto nunca foi executado. A abolição da escravatura rompeu as últimas bases de sustentação da monarquia, precipitando a proclamação da República, a 15 de novembro de 1889. A Constituição de 1891 determinou a separação entre a Igreja e o Estado, depois de quase quatro séculos de padroado. Estava revogada a construção da imagem do Sagrado Coração de Jesus no alto do Corcovado.

Apesar da separação entre a Igreja e o Estado, o Brasil ainda era um país católico. A fé católica é uma das raízes do Brasil, na expressão de Sérgio Buarque de Holanda. A primeira missa foi celebrada quatro dias depois do descobrimento, num domingo, 26 de abril de 1500, no Ilhéu da Coroa Vermelha, hoje desaparecido. A segunda missa, já em terra firme, foi ornada por uma cruz de madeira retirada da mata local, abundante de pau brasil, que depois daria nome ao país. Ambas foram celebradas pelo frei franciscano Henrique Álvares de Coimbra, e serviram como marco de posse, registrado na carta que Pero Vaz de Caminha enviou ao rei de Portugal. A fé católica foi fundamental no processo de desenvolvimento da unidade e da cultura nacionais. Os sinais desta fé ainda estão presentes no nome de cidades como São Paulo e Salvador, ou de estados como Santa Catarina e Espírito Santo. O monumento ao Cristo Redentor, no Monte Corcovado, seria mais um destes sinais.

O primeiro nome dado ao Monte Corcovado, presente nas cartas gráficas do século XVI, foi ‘Pináculo da Tentação’, talvez por iniciativa do cartógrafo florentino Américo Vespúcio. Era uma referência ao episódio bíblico da tentação de Cristo (cf. Mt 4,5). No século XVII, o monte passou a ser comumente chamado ‘Corcovado’, por sua forma, que se assemelha a uma corcova. Há os que percebem neste nome uma corruptela de uma frase em latim, cor quo vado, que significa ‘coração para onde vou?’.

A ocupação definitiva do Monte Corcovado só aconteceu com a chegada da família imperial ao Brasil, em 1808, quando a abertura dos portos pôs fim a 300 anos de sistema colonial. Foi uma época de grandes melhoramentos para a antiga colônia, eventualmente levando à independência, em 1822. D. Pedro I conduziu a primeira expedição oficial ao Monte Corcovado em 1824, registrada nas telas de Debret. O monarca desejava estabelecer pontos de observação para defender a costa. O Monte Corcovado, a 709 metros de altura, era um local privilegiado, com ampla vista para o mar. Mais do que um ponto de observação militar, o cume do Corcovado logo se tornou um ponto turístico.

Com tamanha beleza, o Monte Corcovado tornou-se uma atração cada vez mais popular, até que D. Pedro II decidiu construir uma estrada de ferro para o cume, inaugurada em 1884. Era a Estrada de Ferro do Corcovado, a primeira construída no Brasil, por motivos turísticos. Sua estrutura foi fundamental para a construção da estátua do Cristo Redentor. A ideia partiu de um missionário francês, o padre Pierre Marie Boss, capelão da Igreja do Colégio da Imaculada Conceição, em Botafogo. A Princesa Isabel, filha de D. Pedro II, era uma de suas frequentadoras. O padre Boss deixou a ideia registrada no prefácio do livro ‘Imitação de Cristo’, edição de 1903:

‘O Corcovado! Lá se ergue o gigante de pedra alcantilado, altaneiro e triste, como interrogando o horizonte imenso… quando virá? Há tantos séculos espero. Sim, aqui está o pedestal único no mundo; quando vem a estátua colossal, imagem de quem me fez? Ai, Brasil amado! Acorda depressa, levanta naquele cume sublime a imagem de Jesus Salvador! Nem todos, por causas diversas, lerão o Livro, ao passo que em todas as línguas e linguagens a imagem dirá ao grande e ao pequeno, ao sábio e ao analfabeto…’

Por Seminarista Alexandre Pinheiro
Fonte: ArqRio – Arquidiocese São Sebastião
Publicação Ambiente Legal, 03/10/2020
Edição: Ana A. Alencar

 

 

Tags: Cristo Redentor do Rio de JaneiroFamília Real Brasileirahistória do BrasilMonte CorcovadoPrincesa Isabel
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