Por Antônio Carlos Lago*
As últimas eleições municipais abriram novas perspectivas e esperança para a sociedade brasileira. O resultado das urnas deu início a um novo processo de renovação no País e certamente muitos segmentos políticos vão ganhar e lideranças rejeitadas começam a perder espaços para o novo. Renovação é a palavra de ordem do atual quadro político do Brasil.
A partir desta renovação começam a despontar candidatos para conduzir este processo e não adianta querer esconder que é impossível adiar uma transição que já começou. O momento é de mudanças de gerações, de pensamentos e de comportamentos. Se percebe claramente que os antigos lideres cada vez mais perdem espaços, fato que empurra os mais jovens para a frente. O Brasil mais uma vez mostra que é necessário mudar e a renovação é o caminho para se começar uma nova fase na vida de todos.
O novo é uma exigência da sociedade. O importante é a população não entrar em aventuras e perceber que as eleições municipais têm sua lógica própria. Cada uma apresenta suas razões e opções conforme a região. Elas seguem preferências específicas dos problemas vividos pelas cidades. Existe um desgaste natural nos nomes dos candidatos mais antigos. Os nomes mais conhecidos e que são facilmente identificados pelos eleitores meses antes das eleições, sofrem rejeições ao longo do processo eleitoral. O eleitor não gosta de perder e a novidade acaba sendo a fórmula de sucesso válido para quem quer sair vitorioso na disputa.
As eleições fazem surgir novos personagens e sepultam outros. Os velhos que não querem perder espaço, os jovens que surgem e viram astros e outros que em seguida se apagam. Hoje, estamos vivenciando um processo que tem como resultado o surgimento de lideranças deste desafiante padrão eleitoral. São caras novas que representam partidos que estão buscando um novo protagonismo no cenário nacional.
Neste processo político eleitoral, a comunicação tem um papel fundamental e num país com democracia nova, como o Brasil, é preciso ter uma mídia forte, sem interferências e se valendo de um mercado competitivo é diversificado.
A sociedade precisa de alternativas e para isso, é necessário independência de ações sem deixar de considerar a força das novas tecnologias que de certa forma estão mudando o modelo de negócios das empresas e a forma de relacionamento com os diversos segmentos e público. O que se viu durante as eleições foram muitas novidades e surpresas. Os profissionais de comunicação foram buscar novos mercados e aprenderam a trabalhar com as mídias sociais tanto para distribuir como para receber informações – um processo integrado que teve um resultado: O novo foi o vencedor.
Ficou claro que nas últimas eleições quem subestimou a importância da comunicação e não soube tirar proveito dos resultados das redes sociais, acabou tropeçando. Podemos avaliar sua força e repercusões quando são criados fóruns de discussões espontâneos em torno de temas, acontecimentos, empresas, instituições prestadoras de serviços e pessoas públicas – um espaço livre onde qualquer um pode expressar opiniões sem censura para um número inigualável de pessoas.
Esta mobilização acontece a qualquer momento, basta recordarmos alguns acontecimentos, como o julgamento e resultados do mensalão, as surpresas nos resultados das eleições quando candidatos favoritos perderam e azarões venceram e não podemos deixar de citar as eleições para presidente dos Estados Unidos, que pela segunda vez, se valeu das redes sociais e da comunicação dirigida para vencer as eleições.
Mesmo não se tendo um controle preciso das mídias sociais, ela continua fazendo a diferença e sendo decisiva para agradar ou desagradar pessoas, movimentos e instituições. No caso das eleições, a sociedade deve agradecer pelos resultados e pela esperança de termos governantes mais comprometidos com a população, o país e pelo espaço criado para que o novo e as novas lideranças possam começar a ocupar os seus lugares.
O Brasil é um exemplo neste segmento. Temos uma sociedade conectada onde o usuário quer tudo para hoje e tem o poder de vender conteúdos e mudar conceitos.
Candidatos as próximas eleições precisam ficar atentos e valorizar as ferramentas de comunicação. Devem estar preparados para os desafios e acompanhar as mudanças tecnológicas neste campo capaz construir derrotas e vitórias de políticos despreparados que menosprezam seus propositores, sem inovar e nem acreditar nesta mídia diferenciada e forte.
Tudo indica que nas próximas eleições vamos ter mais surpresas e os ventos apontam para as novas lideranças que estão surgindo e se organizando utilizando a mobilização tecnológica que os jovens estão dominando. Alguns políticos já demonstram que a partir dos resultdos das últimas eleições passaram a conquistar simpatizantes pelo novo, pelo jovem e que os correlegionários estão cansados das promessas dos desacreditado políticos da velha guarda que não querem largar a rapadura e nem tão pouco o osso do poder conquistado de forma fantasiosa.
Muitos políticos novos e mais jovens saíram na frente e sabem do compromisso que vão ter para conquistar o eleitorado utilizando estas ferramentas. O apoio que tiveram vão refletir diretamente nas próximas disputas e nem sempre a estrutura partidária e o carisma são mais importante do que propostas e estratégias de negociações com determinados segmentos da sociedade. Neste processo, é bom ter um país com oposição organizada e com programas capazes de responder nos bons e maus momentos.
Em eleições, as urnas separam vitoriosos e derrotados. O alto índice de abstenção, votos em branco e nulo que ocorreu na última disputa eleitoral, são um alerta para a sociedade. O momento agora é de reflexão. É preciso avaliar disputas localizadas no âmbito dos municípios que sinalizam o desempenho das forças políticas e das novas lideranças que se preparam para as corridas estaduais e presidenciais de 2014. O novo deve ser vencedor e o que se espera nas próximas eleições são resultados capazes de mostrar que ainda existe espaço para se fazer política séria e consistente no Brasil.
* Antonio Carlos Lago é relações-públicas, jornalista e especialista em educação superior. Atualmente é Analista Ambiental da Assessoria de Comunicação do IBAMA, em Brasília, e Presidente da Associação Brasileira de Relações Públicas – ABRP/DF. Atuou como assessor do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; assessor de Relações Públicas do IBAMA; coordenador geral de Comunicação Social da FENAJ; assessor de Comunicação Social do Ministério do Interior.
Parabéns ótimo depoimento,,,levaremos como exemplo,,,dedicação inteligência e sabedoria….Parabéns….