Por José Roberto Faria Lima*
Linha do tempo (sujeito a chuvas e trovoadas, raios, ventos, ciclones extra tropicais e ensurdecedores trovões).
Road Map
Para descrever o processo político de Pindorama criamos uma narrativa simples enumerando uma lista de eventos marcantes.
Desejávamos mostrar a turbulência que atingia a nação e a presença oculta do poder militar.
Fatos e marcos importantes que constituem a linha do tempo do desenvolvimento político social brasileiro torna fácil perceber essa realidade.
O título resume e dá a dimensão do que pretendemos transmitir.
“ o Brasil é uma Bolivia embrulhada para presente “
Um enredo incrível.
Nele se destaca a presença constante do partido militar.
Os militares surgem na nossa História em Guararapes…
Na gênese da brasilidade, que o diga Maurício de Nassau, o todo poderoso representante da Companhia das Índias Ocidentais.
Vamos, entretanto, acelerar no tempo, pular episódios como a queda da Monarquia e outros ocorridos na infância da República assim como a participação decisiva de ilustres militares como Marechal Deodoro, Benjamim Constant, Floriano Peixoto e até o General Rui Barbosa.
Para não ficar muito longo decidimos restringir a narrativa focando nos últimos 100 anos.
Vejamos:
Década de vinte: (os loucos anos 20 – reflexos do fim da primeira guerra mundial na qual o Brasil participou).
1922
– O tenentismo
– Os 18 do Forte
Marechal Eduardo Gomes
Tenente Siqueira Campos
– Confronto entre Marechal Hermes da Fonseca X Arthur Bernades – reação a política do café com leite .
– Revolta da Chibata
– Semana da Arte Moderna
– Coluna Prestes
Capitão Luiz Calos Prestes
– Fundação Partido Comunista
– Crise da Bolsa de New York
Década de Trinta
1930
– Revolução de trinta
Sargento Getúlio
1932
– Revolução paulista
1934
– Queima das bandeiras
– Eleição indireta de Getúlio
1935
– Intentona Comunista
1937
– Estado Novo
Década de quarenta
1941
– Declaração de Guerra
1945
– Queda de Getúlio
1946
– Eleição Marechal Dutra
– Fim do jogo
– Fechamento do PCB
Década de Cinquenta
1950
– Eleição Getúlio
1954.
– Suicídio Getúlio
– 400 Anos São Paulo
1955
– Eleição cel. JK
– Jacareacanga
– Aragaças
– Toneleros
– República do Galeão
– Construção Brasilia
Década de Sessenta
1960
– Jânio Presidente
1961
– Inauguração Brasília
– Renúncia Jânio
1964
– Governo Militar
1967
– Marighella ALN
1968
– AI-5
1969
– Morte Marighella
Década de Setenta
1970
– Eleição parlamentar
1971
– Morte Lamarca
1974
– Eleição Geisel
1977
– Congresso fechado
Década de Oitenta
1983
– Posse Dep. Juruna
1985
– Eleição indireta Tancredo
– Morte Tancredo
Gen Leônidas Pires Gonçalves
1986
– Eleição Quércia
1988
– PSDB surge como partido
– Constituição Cidadã
1989
– Eleição Collor
– Derrota Lulla
Década de Noventa
1991
– Impeachment Collor
– Itamar assume
– República Pão de Queijo
– Inflação 1100%
1993
– Plebicito Forma Governo
– Fusca do Itamar
– Não revisão Constituição
1994
– Eleição FHC
– Vice Marco Maciel
– Plano Real
Século XXI
2002
– Lulla vence Serra
53 milhões votos
2006
– Reeleição Lulla
– Derrota Alckmim
58 milhões votos
2010
– Eleição Dilma
2014
– Reeleição Dilma
2015
– Crise no país
2016
– Impeachment Dilma
Quarto em nossa História
Carlos Luz
Café Filho
Collor
2019
– Eleição Bolsonaro
2020
– PANDEMIA
Nessa Terra Brasílis nem o passado é uma unanimidade, talvez por ser desconhecido pela maioria. Não vem ao caso tentar explicar o porquê. O tempo irá fazê-lo no devido momento.
Percebemos que produzimos um caleidoscópio multicolorido de fatos. Nele encontra-se sonhos, aspirações, utopias e frustrações.
Os “especialistas” chegam sempre atrasados para interpretar esse filme de nossa saga. São analistas de obras concluídas.
Justificável, pois nem o passado é certo. Prever futuro, mesmo com auxílio de ferramentas da tecnologia digital, incluindo a inteligência artificial, é missão impossível ou, se desejar, inútil.
Estamos pisando na era transiente onde prevalece a descontinuidade (um belo livro que me impactou na juventude).
Sonhar o sonho da democracia de Platão é desafiar as regras que regem a realidade. Migrar para o encantado pode ser a fuga passageira.
A linha do tempo que percorremos está limitada pela minha memória pois a desenhei rebuscando nas lembranças do que aprendi, nas leituras e no protagonismo que vivi.
Convido cada um a enriquecer essa coletânea histórica da nossa amada Pindorama. Quem sabe desperte alternativas ainda impensadas para deixarmos como fonte de saber para nossa juventude.
Reclamar das ondas e tormentas, culpar o vento ou as velas de nossa caravela, não nos levará ao Porto Seguro do Amanhã.
Avante… terra à vista!
Temos mar até onde parecia ser improvável existir. Mar de Espanha na acolhedora Minas Gerais.
Já levamos o Titicaca para a cidade maravilhosa – linda Copacabana. Sem contar a Princesinha do Mar com visão para o triplex e Iracema, a Virgem dos Lábios de Mel, na estonteante Fortaleza do meu Ceará .
Não se impressione com nada, nem com o ponto de fuga da perspectiva. Milagres vão sempre existir.
Lampejos…
Nota Final
Nesses 100 anos, tivemos meio século liderados por Presidentes Militares e mais uma quase década com filho de militar.
*José RobertoFaria Lima – Economista, professor, oficial da Aeronáutica e deputado federal por São Paulode 1971 a 1979.
Fonte: o próprio autor
Publicação Ambiente Legal, 28/01/2021
Edição: Ana A. Alencar
Os artigos publicados não expressam necessariamente a opinião da revista, mas servem para informação e reflexão.