Ao matar Qasem Soleimani, os Estados Unidos consolidam a guerra assimétrica e iluminam os contornos do conflito geopolítico com o Irã
Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro*
Os Estados Unidos da América agiram na hora exata. O comandante da Guarda Revolucionária Iraniana – uma força especial integrada ao dispositivo de segurança do Irã, General Qasem Soleimani, não se encontrava em terras iraquianas fazendo turismo. Ele estava mobilizando milícias xiitas, para empregá-las numa série de ataques a alvos norte-americanos e de aliados no próprio Iraque e no oriente médio.
Após ensaiar um ataque à embaixada dos EUA em Bagdad, às vésperas do ano novo, em 29 de dezembro passado, fazendo uma horda invadir o perímetro onde aquela se encontrava – tal qual ocorrera em 1979, em Teerã, o indigitado líder assinou sua própria sentença, não restando aos EUA senão eliminá-lo no próprio Iraque, antes que partisse em segurança para o Irã.
Soleimani era de fato uma ameaça, ou melhor, uma parte da grande ameaça representada pelo Irã no Oriente Médio.
O fator Soleimani
Soleimani era um líder com mais expressão que o presidente do Irã, absolutamente alinhado com o sonho estratégico do Aiatolá Khomeini, de transformar o Oriente Médio e próximo em um novo Império Persa, porém submisso à hegemonia xiita muçulmana e erigido sobre os escombros da monarquia sunita saudita e da nação israelense exterminada.
Implacável no cumprimento desse objetivo, Qasem Soleimani organizou e treinou milicianos alinhados à estratégia iraniana por todo o oriente médio. Foi esse general o responsável pela consolidação do grupo paramilitar e terrorista Hezbollah, como um verdadeiro estado paralelo à Autoridade Palestina e ao Governo do Líbano.
O Hezbollah rivaliza com a organização terrorista sunita Hammas. Mas é mais forte e melhor organizado que esta. Recebe dinheiro, armas, treinamento e orientação do governo persa, em Teerã.
Ameaça constante ao Estado de Israel, o Hezbollah possui um arsenal de mísseis maior que o da maioria dos países do oriente médio.
Como força para militar independente, o Hezbollah sobreviveu à sombra da Guerra Fria, da Guerra Civil no Líbano, do conflito palestino-israelense, da Guerra entre Irã e Iraque, da crise libanesa após o assassinato do Presidente Harari, da Guerra Civil Iraquiana, da Guerra Civil na Síria e da guerra de extermínio contra o desprezível Estado Islâmico… SEMPRE sob o comando fantasma iraniano.
Com a indefinição diplomática entre as nações ocidentais e o mergulho da Síria, da Arábia Saudita e de Israel na resolução de seus conflitos políticos domésticos, o Hezbollah externalizou sua vinculação com a estratégia geopolítica xiita-iraniana. Essa explicitação foi oficializada com a derrocada do Estado Islâmico e a necessidade de consolidar um poder xiita no território Iraquiano.
Assim, pode-se dizer que, o Hezbollah é a Guarda Revolucionária persa, de etnia árabe.
Não por outro motivo, Qasem Soleimani passou a última década replicando o modelo do Hezbollah, “nacionalizando-o” no Iraque, na Síria e no Iêmen, sustentando as milícias xiitas locais com armas de precisão e treinamento, transmitindo a essas organizações um acervo completo de protocolos para a guerra de quarta geração, absolutamente assimétrica.
Soleimani exportou o Hezbollah para a América Latina, baseando-o “à esquerda” e “à direita”, conforme o desenho populista de governo ou oposição e a etnia muçulmana xiita prevalente local, visando manter células que pudessem prestar apoio a foragidos do núcleo central dos conflitos no oriente médio. Assim, segundo fontes da CIA, há imbricações dessa organização com a ditadura venezuelana e uma forte “colônia” na Tríplice Fronteira – entre os muçulmanos xiitas residentes no enclave do Brasil (Iguaçu), Paraguai (Ciudad Del Leste) e Argentina – fortemente monitorados por forças especiais Norte Americanas sediadas na Colômbia e no Paraguai.
Mas o interesse geopolítico iraniano é o espaço histórico anteriormente ocupado pelo Império Persa. Assim, respectivamente, o Irã, por meio da ação articuladora de Soleimani, delimitara as bases de conflito territorial e político com os EUA, no Iraque, com a Rússia, na Síria e com a Arábia Saudita e Emirados, no Iêmen.
O alvo estratégico tornou-se claro: acender o rastilho de pólvora no estreito de Ormuz, desestabilizar o poder sunita árabe e acumular forças para atacar Israel.
Qasem Soleimani era homem de inteligência. Tinha informações e conferira seguidamente no seu quadro de riscos que a estratégia política dos Estados Unidos – “O Grande Satã”, para a região, havia se alterado definitivamente com a debacle de George W. Bush, a estratégia de “desgaste” de Barack Obama e a ascensão do isolacionista Donald Trump à presidência.
Para o comandante da Guarda iraniana, os EUA estavam buscando de todas as formas se desengajarem dos conflitos na região, e, portanto, não entrariam mais em confronto direto com forças terrestres em conflitos locais e regionais, em especial nas áreas tradicionalmente conflagradas – onde buscariam a chamada “guerra por procuração”.
Por outro lado, a política de “pressão máxima”, de Donald Trump, contra o Irã, assentava-se em bases claramente econômicas, visando reduzir a pó a política atômica iraniana. A bem da verdade, embora houvesse uma retomada de diálogo entre os países, os xiitas radicais sempre apostaram que o rompimento lhes permitiria chegar à fabricação do seu próprio arsenal em tempo record…
Talvez, Soleimani, em acordo com o conselho dos Aiatolás, pensasse que o confronto seria, no fundo, uma vantagem estratégica para o Irã.
A sentença de Morte
Em setembro de 2019, Soleimani articulou com as milícias xiitas do Iêmen o ataque a um campo de petróleo da Arábia Saudita. Um primor de ação assimétrica, dissimulada por drones de alcance médio, de difícil detecção, pela retaguarda de um sistema de defesa programado para enfrentar com sucesso ataques aéreos militares e forças convencionais materialmente “visíveis”. O ato, tamanha a dissimulação, até hoje ficou sem resposta – e esse fato estimulou o incremento da ousadia iraniana na região.
O próximo passo, foi iniciar escaramuças no Iraque, fustigando interesses norte-americanos na região. Um ataque de mísseis de curto alcance a duas bases americanas terminou matando um funcionário do Departamento de Estado e ferindo quatro militares americanos e dois iraquianos, sem que as forças iranianas, mais uma vez, assumissem ligação com o fato. Na verdade, o ato foi atribuído às milícias xiitas Kataib Hezbollah – claramente vinculadas às Forças Quds (a elite da Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC)).
Para o Departamento de Estado americano, no entanto, o vínculo com o Irã estava claro – como claro estava a articulação do Irã com outra milícia iraquiana, Asaib Ahl Haq. Assim, os EUA trataram de retalhar cirurgicamente – dentro da lógica da guerra assimétrica, organizando no domingo – 30 de dezembro, uma série de bombardeios “defensivos” contra posições do Kataib Hezbollah no Iraque e na Síria. O ataque resultou, segundo a milícia, em 24 mortos e 55 feridos.
Estava traçada a linha vermelha norte-americana. Ficara claro que, no caso de ameaça aos EUA, haveria resposta.
No entanto, Qasem montara sua base de ação em território Iraquiano e não hesitou em organizar o ensaio de invasão à embaixada dos EUA na véspera do ataque – obviamente ignorando que a retaliação ao ataque anterior iria ocorrer no dia seguinte.
A ameaça de invasão à embaixada foi a gota d’água para o governo norte-americano e a sentença de morte para Qasem. Mais uma vez, em um ataque cirúrgico, os EUA “explodiram” o comandante iraniano e mais um líder da milícia iraquiana, atingindo o carro que os transportava em direção ao aeroporto de Bagdad, com um disparo provindo de um drone.
Como os iranianos, no campo do direito internacional, a ação norte americana não se processou em território iraniano, não visou uma missão diplomática oficial do Irã – atingiu um militar de uma força há muito classificada internacionalmente como “terrorista” (a guarda revolucionária), em país estrangeiro, sem que se possa declarar exatamente o que este alvo ali fazia…
Claro que não deverá ficar sem resposta o ataque americano. A vitimização iraniana é canalha, mas os dirigentes do Irã não podem deixar barato. A morte do general iraniano provoca um “vazio súbito de poder”. O general em causa era o guardião da república islâmica. Mais poderoso que o presidente. O governo xiita sai do evento profundamente enfraquecido e terá que se legitimar pelo terror.
A origem nazista do terrorismo iraniano
O terror é, de fato, a melhor política iraniana, desde a ascensão de Khomeini.
De fato, o Irã sob o regime instalado por Khomeini exporta atentados terroristas há décadas. Sua “Guarda Republicana”, no entanto, nada tem a ver com as forças especiais organizadas nos moldes das forças militares tradicionais de outros países. Ela segue uma doutrina nazista-muçulmana.
É hora de resgatar a memória para compreender o contexto. O Irã sofreu fortíssima influência nazista antes, durante e após a segunda grande guerra, ainda que o Xá Reza Pahlavi jurasse fidelidade aos aliados e ao ocidente.
Os nazistas alemães apontavam os persas como os primeiros arianos, por conta da raiz persa admitiam curdos, armenios e otomanos como irmãos de raça. Chegaram a formar uma tropa SS Muçulmana Croata, composta de Bósnios (de raiz otomana) e pretenderam organizar uma força pura de iranianos, durante a guerra, embora o Irã estivesse formalmente alinhado com os ingleses. Hitler, por sua vez, manteve firme relação com líderes muçulmanos, como o grão-mufti de Jerusalém Amin Al-Husseini (Al Quds), e o Primeiro Ministro do Iraque Rashid Ali al-Gaylani.
Após a morte do seu mais importante líder militar, o General Zahedi, no início dos anos 60, o Xá buscou “desnazificar” a formação militar iraniana – algo interpretado pelos muçulmanos como um abandono da política antissemita e submissão aos Estados Unidos.
Khomeini, anotara, desde sempre, esse detalhe. Portanto, ao criar sua guarda revolucionária, a organizou nos moldes e com elementos extraídos da Shahrbani – forças de segurança com formação similar às SS nazistas, que assim foram mobilizadas doutrinadas sob o comando do General Zahedi em 1935 – quando a Pérsia passou oficialmente a se denominar Irã, ou seja, em persa, “terra dos arianos”.
A Shahrbani formou o braço disciplinar interno do regime dos Aiatolás até 1991, quando foi transformada na Força Policial da República Islâmica do Irã – Naja, sob jurisdição da Guarda Revolucionária.
Esse passado nazista obscuro é muito pouco analisado internacionalmente, mas interessante se o relacionarmos com o atentado à AMIA – Associação Mutual Israelita Argentina, ocorrido em 1994 – com 85 mortos e centenas de feridos. Esse evento foi o maior atentado terrorista efetuado contra judeus desde a segunda guerra mundial.
A ação terrorista, ao que tudo indica, teve apoio iraniano sob as ordens de Qasem Soleimani, foi orientado pelo Hezbollah e articulado por neonazistas peronistas argentinos.
O procurador Alberto Nisman – judeu, em 2006, acusou formalmente o governo do Irã de planejar o bombardeio e a milícia do Hezbollah de realizá-lo. Segundo a acusação, a Argentina teria sido alvo do Irã após Buenos Aires pretender suspender um contrato de transferência de tecnologia nuclear para Teerã. Alberto Nisman foi assassinado com um tiro na têmpora, de cima para baixo, sugerindo estar ajoelhado no momento do disparo – típica execução nazista, copiada à risca pelas forças terroristas muçulmanas. No entanto, o governo Kirchner classificou o fato como “suicídio”.
Chama a atenção outro episódio obscuro: a ação, nos anos 1950 e 1960 de Oto Skorzeny, considerado durante a guerra como o homem mais perigoso da Europa e herói das SS – responsável pelo resgate de Mussolini nos Alpes e pelo sequestro do príncipe da Hungria, em Budapeste, entre outros feitos. Skorzeny esteve curiosamente próximo de Perón e por um tempo bancou “guarda costas” informal de Evita. Como se sabe a tecnologia nuclear argentina – transferida aos iranianos, era de origem germânica, provinda nos nazistas e Skorzeny, por sua vez, desde a guerra, mantinha estreita relação com os nazistas iranianos, liderados pelo General Fazlollah Zahedi. Foi com esse general que Skorzeny organizou a “Operação François”, em 1943. Skorzeny enviou o 502º SS Jäger Battalion para saltar de paraquedas no sul do Irã, visando cooptar os Qashqai – povo ariano, considerado a origem da raça, da região de Shiraz and Firuzabad, para operações de sabotagem às linhas de abastecimento aliadas de apoio à URSS.
Zahedi, após a guerra, foi ministro até 1955 e embaixador do Irã na ONU até sua morte, em 1963. Skorzeny, nesse período, formou uma ponte entre os iranianos e os peronistas – firmemente baseada no comércio de petróleo, relação esta que só foi revelada décadas mais tarde, por ocasião do atentado na AMIA. Ou melhor, jamais foram investigadas e quem tentou, como se viu, “faleceu”.
Analistas acometidos pela “Síndrome de Chamberlain”*, desconhecendo as circunstâncias, argumentarão que Irã “mudou”; aliou-se aos EUA e à Rússia contra o Estado Islâmico e, portanto, agiu como um Estado civilizado contra a barbárie (tendo à frente, obviamente, o general Qasem ), ou que o Estado dos Aiatolás envolve-se nos conflitos do oriente médio movido pelas mesmas razões das facções muçulmanas árabes.
Ledo engano. O Irã atacou o EI porque se tratava de uma facção sunita comandada por ex-militares de Sadam. No mais, soldados do pretenso califado, agentes do Hezbollah e membros da Guarda Revolucionária compartilham dos mesmos métodos…
Os iranianos, por meio do Hezbollah, pouco se importam com Assad ou o destino do povo da Síria. Fizeram jogo duplo todo o tempo. Só não tentaram derrubar o Presidente Sírio porque a Rússia os impediu, oferecendo aliança e corrigindo o rumo da geopolítica regional no momento em que europeus e o governo Obama hesitaram em face do EI. Vladimir Putin, foi essencial para o momento e firmou aliança ocasional com os iranianos – talvez visando ampliar uma influência russa na região, que até o conflito na Síria parecia perdida.
Por fim, o plano estratégico Iraniano… é ariano, visa resgatar a hegemonia persa tal qual preconizada milenarmente pela história e a hegemonia muçulmana, sob domínio persa, como pretendida por Khomeini.
O conflito assimétrico
O conflito, como dito, é assimétrico, e pode evoluir para uma guerra de quarta geração. Não há bipolaridade, mas há razões e lógicas.
No campo da política e da geografia humana, conflitos assimétricos envolvem interesses difusos. Além da inata assimetria, possuem natureza híbrida- transcendem questões territoriais, ganham espectros midiáticos, ativam componentes emocionais, envolvem atores não governamentais, carregam conotação político-ideológica – ligada ou não a questões de ordem étnico-racial ou religiosa.
No acirramento do conflito, a crise pode desembocar na chamada Guerra de Quarta Geração, uma guerra que pode se desenrolar sem que venha algum dia ser declarada. O termo “guerra de quarta geração” designa o conflito multidimensional, envolvendo ações para além das manobras convencionais ou ações repressoras, envolvendo forças regulares ou atores legalmente tipificados. No campo geográfico, transcende terra, mar e ar. Envolve o espaço exterior, o espectro eletromagnético e o ciberespaço – avança para a assimetria e na busca pela desorganização da governança. Nesse novo contexto estratégico, o “inimigo” pode não ser um Estado organizado, mas um grupo terrorista que aja por procuração ou com independência, ou outra organização criminosa qualquer, que a princípio usa métodos híbridos para fazer o conflito progredir.
Há nesses tipos de conflitos, emprego intensivo de táticas, técnicas e procedimentos de guerra irregular, subversão, guerrilha e terrorismo. Admite-se o uso recorrente de proselitismo, ações midiáticas e arregimentação de quadros por redes de relacionamento, vínculos ambientais ou redes sociais. As ações contraterroristas, por sua vez, não seguem regras convencionais, necessitam ser duras, implacáveis e eficazes.
É nesse contexto que deve ser compreendido o conflito agora travado entre EUA e Irã no oriente médio – com risco de extrapolar em episódios de terror noutras partes do mundo.
A lógica geopolítica do conflito
O interesse iraniano no petróleo iraquiano e na ampliação do Estado Xiita é patente. O objetivo estratégico é o estreito de Ormuz. Ali, o Irã dominará o tráfego do petróleo árabe de todo o golfo. Ficará frente a frente com as monarquias sunitas, postas na outra margem e retomará a direção ofensiva em direção à Síria de Assad. A junção ocasional de interesses com a Rússia, portanto, irá parar aí.
Quem acendeu o pavio foi o Irã. A estratégia geopolítica ofensiva, na região, é agora iraniana. Portanto, face à perda de seu general, a potência persa está condenada a reagir.
Loucura xiita? Óbvio!
Mas, o que pensar de um “Estado louco” (na definição do saudoso jornalista Newton Carlos), que orienta seu esforço tecnológico nuclear não para gerar energia para um povo carente dela mas para construir uma bomba nuclear que dê fim ao Estado de Israel?
Ilógico? De forma alguma!
O Irã se assenta na histórica e milenar vocação de se expandir como força hegemônica persa por toda a região. Esse movimento é reforçado pela histórica e religiosa promessa de tornar a palavra de Alá – na tradução xiita – una e única em todo o oriente próximo e médio e, de lá, firmar bases para assumir a Europa pagã, como propagara o Aiatolá Khomeini.
O objetivo estratégico permanente de destruir Israel e seu povo é um vaticínio ortodoxo extraído do Alcorão (e uma praga Bíblica – a de que Israel teria que eternamente conviver em conflito com seus inimigos na própria terra prometida…).
Não se pode de forma alguma subestimar a palavra divina em um conflito envolvendo estados teocráticos, marcado por um proselitismo pleno de religiosidade.
A magnitude dessa opção xiita persa também não pode ser subestimada.
Na Síria, as forças treinadas pelo Irã se aliaram à Rússia para sustentar o regime de Bashar al-Assad, expulsando mais de uma dezena de milhões de cidadãos e liquidando com a vida de mais de quinhentas mil vítimas. No Iraque, as milícias de Soleimani ignoraram a soberania do estado vizinho. Ali, o Irã passou a agir desavergonhadamente, em busca de um anschluss, uma “anexação” em moldes nazistas, que levaria o país a assumir o topo na produção de petróleo mundial.
Centenas de soldados americanos morreram, milhares ficaram feridos, e dezenas de milhares de iraquianos já foram mortos pelas forças treinadas e mantidas a soldo pelo Irã. Ceder terreno a esse tipo de política… é agir como Chamberlain – o ministro britânico de triste memória, que cedeu terreno aos nazistas em busca de paz… nos anos trinta.
Trump, portanto, está correto.
Pode estar somando mais uma guerra no histórico da região. Mas com certeza subtraiu significativa energia de uma política de terror e liquidou seu principal executor.
Notas:
DORAN, Michael, “Análise: Morte de Soleimani é um evento sísmico no Oriente Médio”, in Estadão – Internacional, 3Jan2020, in https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,analise-morte-de-suleimani-e-um-evento-sismico-no-oriente-medio,70003142451
PEDRO, Antonio Fernando Pinheiro, “Neoparamilitarismo, Conflitos Assimétricos, Intereses Difusos e Guerra de 4ª Geração – Soberania, Assimetria e o Estado Democrático de Direito”, in Blog The Eagle View, 22Out2015, in https://www.theeagleview.com.br/2015/09/paramilitarismo-direito-e-conflitos-de.html
PEDRO, Antonio Fernando Pinheiro, “A Nau dos Insensatos e a Síndrome de Chamberlain”, in Blog The Eagle View, 22Abril2015, in https://www.theeagleview.com.br/2015/04/a-nau-dos-insensatos-e-sindrome-de.html
*Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB e Vice-Presidente da Associação Paulista de Imprensa – API. É Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View”. Foi integrante da equipe que elaborou o plano de transição da gestão ambiental para o governo Bolsonaro.