Cidade sedia evento internacional sobre urbanismo que discute o futuro das metrópoles
Por Danielle Denny

A organização New Cities Foundation promove entre os dias 4 e 6 de junho, em São Paulo, a New Cities Summit, um encontro anual de pensadores, inovadores e tomadores de decisão de várias partes do mundo para discutir temas-chave para o futuro das cidades. O evento acontece no Auditório Ibirapuera e na Oca.
O futuro da humanidade está, cada vez mais, nas cidades. Até 2030, 5 bilhões de pessoas residirão em áreas urbanas, mais de 60% do total da população. Só no Brasil esta cifra já chega a 85%. Cidades que hoje são desconhecidas para muitos se transformarão em prósperas regiões metropolitanas com mais de 5 milhões de pessoas. Espera-se que São Paulo tenha uma população que ultrapasse os 20 milhões de habitantes. E 1,2 milhão de quilômetros quadrados de terra – o equivalente ao tamanho da África do Sul hoje – estará ocupado por novas áreas urbanas.
Os desafios para compatibilizar esse crescimento com a sustentabilidade socioambiental são enormes. Como podemos fazer as cidades de amanhã verdadeiramente humanas? Essa é a pergunta que 80 palestrantes e 800 participantes de governos, empresas, sociedade civil, academia, artes e meios de comunicação tentarão responder na New Cities Summit.
John Rossant, Chairman da New Cities Foundation, descreve o momento atual como sendo do Brasil e de São Paulo mais especialmente. Mas ressalta que o sucesso “vai depender da capacidade da cidade promover inovação, aumentar os postos de trabalho e gerar prosperidade de maneira dinâmica sustentável e criativa”.

O prefeito de São Paulo,Fernando Haddad (PT), pondera que “a economia atual depende de conhecimento e cultura e para tanto depende do intercâmbio de pessoas promovido pelas cidades”. Por essa razão, “as cidades vêm ganhando importância, assim como tinham antes dos estados nacionais”.
Decisões municipais passam a ter cada vez mais impactos globais. Um exemplo desse protagonismo foi a reunião dos prefeitos durante a Rio + 20. São Paulo, por exemplo, tem 11 milhões de habitantes e corresponde a 12% do PIB da sexta maior economia do mundo. Na Região Metropolitana, esse número cresce ainda mais: 21 milhões de pessoas. Isso gera um conflito federativo, que dificulta a relação entre o poder nacional e o local.
Além disso, o prefeito identifica um “desafio micropolitico” para humanização da cidade. “É preciso liberar o tempo das pessoas para que elas possam se encontrar e aproveitá-lo de forma produtiva. Problemas como os da saúde pública e da mobilidade urbana retiram energia produtiva da sociedade” reconhece o político. São Paulo tem grandes oportunidades, mas enfrenta a ameaça constante da violência e da desigualdade social, essa equação precisa ser resolvida, aponta Haddad.
Uma encontro de empresários, acadêmicos e políticos, como a New Cities Summit, parece ser uma boa oportunidade para identificar as soluções mais ágeis e plausíveis para os problemas urbanos recorrentes. Não há volta no processo de urbanização, estamos condenados a viver cada vez mais em cidades, o desafio está em torná-las um espaço de encontro socioambientalmente responsável.