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SIMBIOSE SINISTRA

by Portal Ambiente Legal
30 de julho de 2014
in Geral, Justiça e Política
3
SIMBIOSE SINISTRA
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A INTER-RELAÇÃO FORÇADA ENTRE LIKUD E HAMAS EM PREJUÍZO DE GAZA E ISRAEL

 

gaza-israel
Confraternização em Gaza, no cessar fogo de 2008 – Humanidade sobretudo.

 

Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro

 “Na guerra, a verdade é a primeira vítima”

Ésquilo

 

Na biologia, simbiose é uma relação  entre dois ou mais organismos de espécies diferentes, de forma mutuamente vantajosa, onde cada um contribui para a sobrevivência do outro e de si próprio.

O que parece ser positivo nas relações biológicas entre plantas, animais, fungos e bactérias, pode, no entanto, resultar em algo profundamente destrutivo, quando a simbiose diz respeito à sobrevivência de parasitas no ecossistema político.

A simbiose sinistra aplica-se integralmente ao conflito criminoso, contra a humanidade, hoje ocorrente na faixa de Gaza, com efeitos diretos no território de Israel.

Não se trata de uma batalha de vida ou morte entre muçulmanos e judeus, palestinos e israelenses, ocidente e oriente, democracia e teocracia ou terroristas insanos e forças regulares. Nada disso. O que ocorre hoje no conflito de gaza é um “abraço de afogado” de dois partidos políticos com raízes fincadas no terror, que simbioticamente buscam sobreviver ao opróbrio e à desgraça política, consumindo-se numa guerra simbiótica à custa de centenas de vítimas humanas inocentes.

Os dois “parasitas”, lambuzados do sangue israelense e palestino, têm nome, líderes e origem: Hamas e Likud.

O primeiro forma uma das mais radicais organizações político-religiosas sunitas no seio da comunidade árabe. O segundo  é o partido político mais expressivo da direita intolerante israelense.

O HAMAS 

O HAMAS (termo que significa entusiasmo ou cordialidade em árabe) é também a sigla do Harakat al-Muqãwama al-Islãmiyya – Movimento de Resistência Islâmico.

O HAMAS é filho direto da Irmandade Muçulmana do Egito, seguindo os mesmos preceitos  sunitas da Jihad (empenho em conquistar a fé perfeita), de lutar por um estado islâmico unificado e estabelecer a sharia (lei islâmica) como a lei do governo.

hamas-parade
Parada militar do Hamas

Quando ocorreu a primeira intifada dos palestinos contra o governo israelense, no final dos anos 80, nos territórios ocupados, vários xeques  palestinos com expressão na Irmandade, liderados por Ahmed Yassin, formaram o Hamas, como um braço político do trabalho de beneficência religioso, realizando projetos de ação social e comunitária expressivos.

Os projetos da Irmandade Muçulmana, nos anos 70 e 80, foram financiados direta e indiretamente pelos sauditas e sírios.

Sempre houve a notícia de ter, muito discretamente, o Mossad – o serviço secreto israelense, também apoiado o Hamas, pois a atividade sunita, de certa forma, neutralizava o radicalismo xiita, no foco das atividades de defesa geopolítica ocidentais durante a década de  80, até o final da guerra fria.

Após a queda do muro de Berlin, passou a interessar à direita israelense que o Hamas fustigasse o partido da Fatah, de Yasser Arafat.

Após os acordos de Oslo, esse interesse se tornou agudo, pois o alvo primordial do Hamas era a Autoridade Palestina (dominada pelo partido Fatah). Nas intifadas, de fato, o Hamas sempre hostilizava, primeiro, as forças do Fatah e da autoridade palestina, depois, as forças de Israel.

O HAMAS assumiu estrutura partidária no seu segundo ano de formação, quando tomou rumo oposto ao partido da FATAH, pregando a criação de um Estado Palestino Islâmico sobre os escombros do Estado de Israel – eliminando possibilidade de convivência pacífica pregada pela Autoridade Palestina (dominada pelo FATAH).

A força do HAMAS sempre esteve, não na palavra de seus líderes, mas na sua raiz beneficente e social: o partido criou escolas, hospitais, asilos, bibliotecas e vários outros serviços de assistência à miserável população dos territórios ocupados. Sobre essa rede social, montou aparelhos nos quais arregimenta quadros para sua “guerra santa” contra a “ocupação da palestina pela entidade sionista”.

Entre meados dos anos 90 e início deste século, o Hamas radicalizou seu discurso e sua atividade, saindo “do controle” das forças de inteligência ocidentais, israelenses e sauditas –  primeiro por conta da derrocada do Iraque na geopolítica do oriente médio e isolamento do sunita Saddam Hussein (Guerra do Golfo em 1991), em seguida, por conta da polarização generalizada entre “Islã” e “Ocidente”, a partir dos atentados da Al Qaeda e o disparo da Guerra Contra o Terror norte americana.

O Hamas passou a programar ataques suicidas a bomba, sistemáticos, em Israel e entrou na alça de mira dos norte-americanos e sua guerra ao terror.

Após ser impiedosamente atacado e sofrer perdas significativas de lideranças por conta da eliminação seletiva dos serviços de inteligência israelense e americano, o Hamas abandonou a prática dos atentados suicidas a bomba, em 2006, dedicando-se a lançar mísseis sobre a cabeça dos cidadãos de Israel.

O lançamento de mísseis sobre o território israelense constitui pura provocação – revelou a perda de qualidade estratégica do grupo, e a substituição da covarde mas sofisticada periculosidade psicopata pela rasteira demência ideológica reinante entre seus líderes.

Líderes do Hamas na faixa de Gaza - Ismail  Haniyeh e Musa Abu Marzuk
Líderes do Hamas na faixa de Gaza – no destaque Ismail Haniyeh e Musa Abu Marzuk

Caindo nas graças da população palestina, após intensa ação repressiva do governo israelense contra a Autoridade Palestina e o Fatah, o Hamas chegou a assumir posição vantajosa no governo palestino. Porém, após reação do Fatah, foi praticamente empurrado para o território de Gaza (que tratou de ocupar militarmente, expulsando de lá as forças da Fatah e da Autoridade Palestina).

No governo da Faixa de Gaza, o Hamas demonstrou ser um desastre.

A perda de líderes mais capazes,por conta da eliminação seletiva aplicada por Israel na última década, o congelamento do envio de verbas para a região de Gaza, determinada pelos governos da autoridade palestina, norte americano e egípcio, a redução do apoio da Arábia Saudita (sunita) ao movimento,  a interrupção dos repasses fiscais efetuada anteriormente por Israel (por conta da arrecadação junto a cidadãos e atividades comerciais palestinas no território) e, por fim, a destruição da estrutura da Irmandade Muçulmana egípcia, enfraqueceram sensivelmente o Hamas, reduzindo fortemente sua capacidade de articulação e seu desempenho militar.

O desgaste econômico e político do grupo é compensado, no entanto, com forte opressão religiosa de seus xeques e intensa repressão militar, imposta aos ocupantes da Faixa de Gaza, seguida sempre de uma massiva propaganda antissemita.

De fato, o “inimigo israelense” tem efeito enzimático. Provoca a catarse afirmativa do radicalismo religioso e manutenção do Hamas na direção do território, às custas do sangue palestino (e israelense).

O LIKUD

Likud significa união em hebraico. A apropriação do termo por um partido político ocorreu em 1973, pelas mãos do Ministro Menachem Begin, direitista radical e líder do partido HERUT, que formou uma coligação conservadora com os movimentos e partidos radicais ortodoxos, derrubando definitivamente a hegemonia da esquerda formada pelo Partido Trabalhista e demais partidos liberais e laicos de Israel.

A partir dessa hegemonia do Likud, Israel perdeu, progressivamente, o Estado laico, o melhor de seu serviço de inteligência, sua doutrina militar, sua estrutura e forma de agregação social (organizada pelos Kibutz), sua habilíssima política exterior e sua melhor escola de líderes políticos (Haganá – Exército – Partido Trabalhista).

likud
A coalização Likud, em 1977, quando assumiu o poder em Israel para não mais sair dele – mudança sinistra dos rumos da história

Hoje, sob o ranço imbecil e populista de radicais intolerantes, Israel padece economicamente –  cada vez mais dependente do apoio econômico norte-americano. O país perde-se em programas econômicos e de ocupação territorial profundamente demagógicos e caros, voltados para o público ortodoxo – como o de apoio à multiplicação de filhos, apoio financeiro a colonos que se dedicam a “defender” colônias nos territórios da Cisjordânia ocupada (liberando-os de trabalhar…), restrições ao reconhecimento religioso sobre quem efetivamente pode ser considerado “um judeu” (etnografia teocrática impensável em um estado democrático). Os israelenses vêem rios de dinheiro serem despejados para a especulação imobiliária cristalizada nas cidades e protagonizada nos empreendimentos de ocupação. Como Estado Nacional, Israel está atolado em um impasse militar.

Na raiz histórica do Likud está o Herut (partido da Liberdade) e sua vinculação com o movimento paramilitar fascistóide Irgun, ambos ligados ao Sionismo Revisionista.

SEPARANDO O JOIO DO TRIGO 

Os sionistas revisionistas, é bom que se diga, formaram um movimento histórico de afirmação etnocentrista essencial para que se procedesse à reestruturação da nação israelita e reocupação do território de Israel. Eles defendiam a criação de um estado judeu nos dois lados do Rio Jordão, ou seja, um estado que incluiria a atual Cisjordânia e quase toda a Jordânia. Organizaram o movimento Lehi, a partir de 1941, fator decisivo para o enfrentamento à Coroa Britânica e conquista do direito, bíblico, de reivindicar o Estado de Israel no coração da Palestina.

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O histórico Ministro Yitzhak Rabin – diferença abissal de perfis de liderança…

O Partido Trabalhista de Israel é fruto dessa tendência. Nele despontam estrelas de primeira grandeza como Ben Gurion, Golda Meir, Shimon Perez, Moshe Dayan, Ehud Barak e Yitzhak Rabin. Nessas figuras se reflete a grandeza da causa do Estado de Israel.

Ninguém duvide do heroísmo, determinação, coragem e fé, esteios da nação israelense, que foi forjada na luta contra inimigos militarmente e numericamente superiores, por décadas, até o estabelecimento de um sistema mais equânime e, hoje, superior, de dissuação para a proteção da soberania.

No entanto, todo esse esforço teve seu diferencial na inteligência. Inteligência essa que vem sendo substituída pela arrogãncia e força bruta, embasada por uma postura política que em nada se ombreia com as figuras acima citadas.

LIKUD: ORIGEM RUIM, DESTINO RUIM

A corrente mais radical e direitista do movimento revisionista,  de posição protofascista, etnocentrista e teocrática, originou, no entanto, a organização ultranacionalista e paramilitar Irgun, favorável à implantação de assentamentos para além do Rio Jordão e exclusão dos árabes nos territórios ocupados.

O Irgun, nos anos 40 produzia atentados terroristas que causaram baixas civis e militares na palestina. Seus alvo era a autoridade britânica na região. Seus métodos e ideário nunca foram admitidos pelos judeus democratas.  Muito menos se concebia um moderno Estado Israelense comandado pelo sucessor político dessa organização terrorista, o Herut.

atentado ao hotel king David
Atentado ao Hotel King David, sede militar do Mandato Britânico na Palestina, em 1946 – autoria do Irgun

Em 1948, ano da campanha internacional pela estruturação do Estado de Israel, o New York Times publicou “nota ao editor” assinada por 24 expoentes judeus, condenando Menachem Begin, o Irgun e o partido Herut, que ele recém-fundara, durante uma visita de Begin a Nova York.

Comparando as correntes do sionismo revisionista aos “partidos nazistas e fascistas”, a carta foi assinada por Albert Einstein, Hannah Arendt, Sidney Hook e outros ícones.

A nota publicada no New York Times, é reveladora e premonitória do que viria a ocorrer com Israel, caso o partido surgido do Irgun, o Herut (e, hoje, seu descendente direto, o Likud), assumissem o Poder:

“Entre os mais perturbadores fenômenos políticos dos nossos tempos está a emersão, no recentemente criado Estado de Israel, do “Partido da Liberdade” (Herut), um partido político muito semelhante em sua forma de organização, métodos, filosofia política e apelo social aos partidos nazistas e fascistas. Ele foi formado sem sociedade e seguindo o antigo Irgun Zvai Leumi, uma organização terrorista, direitista e chauvinista na Palestina.

A atual visita de Menachem Begin, líder desse partido, aos Estados Unidos está obviamente calculada para dar a impressão de apoio americano ao seu partido nas vindouras eleições de Israel, e para cimentar laços políticos com os elementos conservadores sionistas nos Estados Unidos. Vários americanos de reputação nacional emprestaram seus nomes para dar-lhe boas vindas. É inconcebível que aqueles que se opõem ao fascismo em todo o mundo, se corretamente informados sobre os registros políticos e perspectivas de Begin, possam pôr seus nomes e dar seu apoio ao movimento que ele representa.”

einstein
Einstein – forte oposição ao Herut. Denúncia premonitória.

Assim, quando Menachem Begin assumiu a chancelaria israelense, após sucessivas crises no seio do partido Trabalhista e  em face da radicalização dos conflitos militares e terroristas nos anos 70, articulou inúmeros programas que resultaram numa articulação hegemônica no Knesset – o parlamento israelense.

Quando formou-se, então, a coalização Likud, o destino de Israel passou a ser traçado nos moldes do ódio, da discriminação e da destruição sistemática de tudo o que poderia representar uma democracia pluralista, étnico-tolerante, socialmente progressista e laica, como a que caracterizara o Estado israelita nos anos 50 e 60.

Begin surpreendeu o mundo, no entanto, ao assinar o Acordo de Camp David, em 1978. Isso só ocorreu por conta da coragem, da grandeza desabrida e fantástica iniciativa de Anwar El Sadat, o presidente egípcio.

Menachem Begin, então, foi atacado pelo acaso sinistro que, desde então, auxilia o Likud nos momentos em que se vislumbra uma luz no conflito de forças do oriente médio. Duramente criticado por seus próprios seguidores, foi acometido de rara doença, perdeu a esposa, e se afastou da vida pública.

A paz com o Egito de Anwar Sadat rendeu sua morte, a Menachem Begin rendeu o ostracismo e ao Presidente Carter, dos EUA, a derrota eleitoral, em meio à radicalização do ambiente internacional advindo do empoderamento xiita com a Revolução iraniana.

O DURO APRENDIZADO DE ARIEL SHARON 

Se havia algum ser dotado de inteligência e iluminação no Likud, embora notadamente radical e sanguíneo, esse foi o General Sharon.

Sharon, um brilhante oficial paraquedista e herói da Guerra do Yom Kippur de 1973, como ministro da defesa no governo do Likud, foi responsável pelo massacre de civis palestinos, executado pelos falangistas cristãos libaneses com apoio das forças de ocupação israelenses nos campos de refugiados de Sabra e Chatila, durante a Guerra do Líbano de 1982. A pedido dos falangistas, as forças israelenses cercaram Sabra e Shatila e bloquearam as saídas dos campos para impedir a saída dos moradores e facilitar o massacre.

A Comissão Kahan, criada pelo governo israelense para apurar o episódio, recomendou a remoção de Sharon como ministro da defesa. Sharon chegou a sofrer processo por crime de guerra em jurisdição universal instituída pela justiça belga, sem no entanto ser julgado.

Ariel Sharon
Ariel Sharon. Militar brilhante, político radical e líder contraditório

Sharon foi um líder contraditório. Suas idiossincrasias têm relação direta com a situação atual na Faixa de Gaza.

Na década de 1970, 1980 e 1990, Sharon lutou para que fossem construídas colônias israelenses na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. No entanto, como primeiro-ministro, entre 2004-2005 comandou com mão de ferro a retirada unilateral de Israel da Faixa de Gaza, alegando razões de segurança.

Essa retirada forçada de colonos da Faixa de Gaza foi precedida de forte ataque à autoridade Palestina na Cisjordânia, inclusive com a destruição pelos tanques israelenses da sede do governo da Autoridade Palestina.

Esse “apoio” de Sharon à causa dos radicais de todos os matizes, permitiu, justamente, que o Hamas conquistasse a chancelaria Palestina, reforçou a liderança de Ismail Haniyeh  e abriu caminho para que o Hamas ocupasse militarmente a Faixa de Gaza.

Em 2008,  com Sharon já em estado vegetativo devido à um derrame cerebral, as Forças de Defesa de Israel realizariam um devastador ataque à Faixa de Gaza— a Operação Chumbo Fundido, bastante similar ao atual conflito.

A ação disparatada de Sharon, no entanto, o fez deixar o Likud, em novembro de 2005, para formar um novo partido, o Kadima.

O Likud, mais uma vez, foi salvo pelo acaso sinistro (tal qual ocorreu em Camp David, Oslo e com a retirada dos assentamentos judeus-ortodoxos na Cisjordânia): Sharon venceria as eleições já estava planejando a desocupação unilateral em larga escala da Cisjordânia e, no  entanto, sofreu um derrame em 4 de janeiro de 2006 e ficou em estado vegetativo até falecer.

SIMBIOSE SINISTRA

O Likud (tal como o Hamas), administra um Estado em crise financeira.

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Shimon Peres e Mahmoud Abbas, com o Papa Francisco – o encontro não foi em vão. Foi uma mensagem de esperança para além da cegueira de Likud e Hamas

Israel já ultrapassou 100 bilhões de dólares de dívida externa,  suporta déficit permanente nas suas contas públicas, importa mais do que exporta, convive com “pibinhos” de 2% em média, uma porcentagem expressiva da população (mais de 20%), vive abaixo do nível da pobreza e sua economia não chega a estar entre as 50 maiores do mundo.

O descontentamento da população judia com os rumos da economia e da política empreendidos pela direita israelenses só não é maior que o da imensa maioria de judeus no mundo todo, irritados com o volume estapafúrdio de leis votadas demagogicamente, em prol dos ortodoxos, criando sistemas cada vez mais seletivos para a assunção de pessoas à religião judaica, beneficiamento de assentamentos na Cisjordânia que, decididamente, não mais deveriam ali estar, construção de um muro físico da vergonha e distribuição de obras de saneamento e abastecimento de acordo com princípios etnográficos, num sistema que beira o apartheid.

Não fosse a GUERRA, iniciada do nada e mantida ás custas de sirenes de alerta, morte de jovens militares israelenses e massacre de centenas de civis palestinos – reféns do terror patrocinado pelos dois partidos – LIKUD e HAMAS já estariam contando as horas para desaparecerem, pelo menos por um tempo, da paisagem política da Autoridade Palestina e de Israel.

O paciente e inteligente Presidente  Mahmoud Abbas, da Autoridade Palestina, já estava articulando um processo de reabsorção e apaziguamento na região de Gaza, permitindo uma integração do território à jurisdição de seu governo. Agora, mais uma vez, se vê desautorizado e manietado por um arrogante e desastrado ato do chanceler do Likud, Benjamin Netanyahu – desesperado por arregimentar votos às custas da manipulação da consciência israelense diante do conflito consumado.

Shimon Peres, o Presidente de Israel, foi com Mahmoud Abbas rezar pela paz e a conciliação, em Roma, na companhia do Papa Francisco. Antes que os conflitos se acirrassem.

O ato não foi em vão. Representa justamente a luz, o oposto das duas forças políticas em conflito, Hamas e Likud, diminuídas e desesperadas por manter o Poder às custas do sangue de palestinos e israelenses.

O que observamos em Gaza, portanto, É UMA SIMBIOSE. Um crime, perpetrado por entidades políticas que aparelharam o poder num Estado Nacional e num território ocupado.

Denunciada a simbiose, o núcleo deste grave conflito não se confundiria mais com as paixões e ressentimentos religiosos e nacionais, manipulados pelos dois partidos até o momento – até pelo fato de ambos serem frutos exatamente dessa manipulação de paixões e ressentimentos.

Desnudada a manipulação, poderíamos todos dissipar a cortina de fumaça proselitista, que favorece intervenções diplomáticas medíocres (como a brasileira), posicionamentos decepcionantes (como têm sido os esforços norte-americanos), dissimulações sectárias (de ortodoxos, judeus e muçulmanos), e toneladas de bobagens ditas por direitistas hidrofóbicos, coxinhas da mídia, esquerdistas burros e radicais libertários de galinheiro, mundo afora.

Antonio Fernando Pinheiro Pedro
Antonio Fernando Pinheiro Pedro

Antonio Fernando Pinheiro Pedro  é  advogado (USP) ,  Consultor ambiental,  integrante  do  Green  Economy   Task   Force   da  Câmara  de  Comércio   Internacional,  membro  das   Comissões  de   Direito Ambiental  do   IAB   e  de Infraestrutura da OAB/SP. Jornalista,  é Editor-Chefe  do   Portal   Ambiente Legal, Editor da Revista Eletrônica DAZIBAO e editor do Blog The Eagle View.

Tags: AbbasAntonio Fernando Pinheiro Pedroautoridade palestinaconflito árabe israelenseconflito no oriente médioFaixa de GazaFatahgoverno de IsraelHamasHammasHerutIrgunLikudNetaniyahuterrorismo
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Comments 3

  1. Ralph+Jenny Watzke says:
    8 anos ago

    Verdad!Muite obrigado!

    Responder
  2. Fernando Alcoforado says:
    8 anos ago

    RIQUÍSSIMO RELATO QUE DESNUDA AS RAÍZES DO ATUAL CONFLITO ISRAEL- HAMAS

    Responder
  3. Vicente Negrão says:
    8 anos ago

    Quero parabenizá-lo pela excelente análise de conjuntura internacional sobre esta guerra que está matando inocentes.E como vc mesmo a simbiose entre os partidos políticos existentes entre Israel e Palestina.

    Responder

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