Por Edison Farah*
O lamentável é a incivilidade que acaba permeando tudo.
Nosso problema básico é sermos um povo selvagem.
O desrespeito aos direitos coletivos é regra em todas as classes sociais.
O abuso do som é só mais um exemplo perfeito disso.
E assim, nos tornamos, diuturnamente, mais e mais selvagens.
Como diagnostiquei há muitos anos atrás : “São Paulo não é mais uma urbe.
Transformou-se num acampamento.
UM ACAMPAMENTO DE DESESPERADOS
Triste!
Desde a criação dos CONSEGs, do que fui um dos artífices no governo de Franco Montoro, 1983-1986, ficou patente em todos os distritos policiais da cidade de São Paulo em que foram instalados, que 90 % dos problemas apresentados pela comunidade, pela população, se devem à questões da gerência municipal.
Constatei isso pessoalmente como presidente por 6 anos do CONSEG Consolação, início deste século.
A anomia da prefeitura de São Paulo ao não impor com firmeza as posturas municipais, que regem desde o domínio do espaços públicos, as normas das edificações, o regramento do comércio, bares, restaurantes, atividades artísticas, sossego público, silêncio, ordem nos logradouros públicos, é definitivamente a causa de todo o horror que se vive em Sampa.
E da prevalência da criminalidade, pois quando o espaço público não é ocupado pela população de forma ordenada, o crime o ocupa facilmente.
Esta é a questão.
Enquanto não tivermos em São Paulo um político estadista de verdade, no Executivo Municipal, não haverá solução.
Não tenhamos ilusão que com a choradeira nas redes sociais vamos chegar à civilização que perdemos, sistematicamente, nos últimos 30 anos.
- Edison Farah – Economista, tributarista, ambientalista, e jornalista
Presidente do Bairro Vivo-Instituto de Desenvolvimento Urbano e Social
Publicado originalmente em “CLUCAT Pensamento – Filosofia, Ciência, Economia, Política, Religião, Arte” – falecomagente@clucat.com.br
Fonte: O Autor
Publicação Ambiente Legal, 15/01/2024
Edição: Ana Alves Alencar
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