Revista Ambiente Legal - Edição 11 - page 33

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consideradas velhas, hoje poderiam ser muito úteis
e produtivas. A coisa começou por uma análise das
expectativas de vida. Deram uma olhada no Tutan-
câmon, o Faraó do Egito. Analisaram como nasceu,
viveu e morreu.
Tutancâmon tinha 19 anos quando se foi, já era
casado e tinha filhos. A expectativa de vida, naque-
la época, era de 29 anos... Pulou-se em determina-
do momento para o Brasil e o que se viu, foi que a
expectativa de vida média, na virada do século XIX
para o século XX, era de 43 anos. Nos anos 50, quan-
do perdemos a Copa do Mundo de Futebol para o
Uruguai, a expectativa de vida era de 50 anos.
Hoje estamos chegando aos 75 anos, com as
mulheres quase nos 80 e os homens nos 72. Nos
Estados Unidos, a expectativa média chega aos 80.
No Japão, já passou dos 80 há algum tempo. Man-
tidos assim os atuais conceitos negociais - com um
sessentão já considerado “acabado”, daqui 30 anos
o mundo irá quebrar financeiramente.
Com efeito, a população mundial tende a enve-
lhecer e a predominância de aposentados será insu-
portável. A economia os demais setores de gestão da
sociedade, além da perda da competência, experiên-
cia, conhecimento, capacidade gerencial, liderança e
tudo mais que os mais velhos possuem, perderá tam-
bém em produtividade, agravando a contrapartida
do enorme custo com aposentadorias.
Nada de com isso sugerir que os jo-
vens sejam menos capazes ou intelectu-
almente inferiores. Não é isso. O que é
preciso ficar assentado é a necessidade de
se combinar o enorme efeito da combina-
ção de dois fatores e perfis: menos jovens
e mais jovens.
Na conversa a que me referia e estou rela-
tando, em determinado momento olhou-se
para o “como era antes”. A pessoa começava
a trabalhar muito cedo. Namorava muito
cedo e saia da casa dos pais ainda jovem.
Hoje, um rapaz (ou uma moça), se
forma mais ou menos com 22/24 anos,
namora ou vive uma relação importan-
te, mas não sai da casa dos pais. Entra na empre-
sa como estagiário ou trainee e, de repente, é visto
como um grande potencial, e, por isso seria muito
interessante fazer umMestrado (2 ou 3 anos adicio-
nais, dependendo da área).
A análise demonstrou que o jovem de hoje, en-
tra no seu período de maturação aos 28/29 anos, e
segue nesse amadurecimento até por volta dos 50
anos, quando então terá passado por vários tipos
de funções e será considerado um sênior. Então,
já na liderança de uma empresa ou de parte dela,
conviverá com tudo o que for o mundo daquele
momento - mudanças, oportunidades e problemas,
até chegar aos seus 70/72 anos, quando entra na
quarta idade.
Um certo número de pessoas ali presente, opi-
nou então aos condutores da conversa, entendendo
que o momento da quarta idade seria o momento
de “ir pra casa”. A conclusão do grupo, no entanto,
não foi essa. Na quarta idade, teremos que reco-
nhecer muito em breve, o momento é de mudança.
As pessoas sentem que são e continuam sendo
úteis para a coletividade. A diferença é que olham
o que está ao redor e decidem que o caminho será
diferente do trilhado até aquele ponto.
Eu tenho um amigo que era VP de uma gran-
de instituição. Aposentou-se e decidiu que 30% do
1...,23,24,25,26,27,28,29,30,31,32 34,35,36
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