Revista Ambiente Legal - Edição 11 - page 21

Revista Ambiente Legal
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Além dos resultados atrativos que proporcio-
na, a equação
[Altos ganhos financeiros] – [baixos
custos operacionais] = [Zona de conforto]
seduz
muitos empresários do segmento, permitindo-lhes
permanecer na inércia com relação à busca de al-
ternativas ambientalmente corretas.
Outros fatores de grande relevância, no en-
tanto, também contribuem para a estagnação
vivida hoje no segmento de resíduos. Fatores de
ordem política, a complexidade na obtenção de
licença para novas tecnologias, a falta de compro-
metimento do Poder Público com a preservação
ambiental, a inacessibilidade a financiamentos e,
principalmente, a falta de uma política de incen-
tivos fiscais que torne uma atividade ambiental-
mente correta tecnologicamente inovadora, finan-
ceiramente viável.
Atuar no segmento de resíduos de forma res-
ponsável, portanto, não é uma tarefa fácil.
A quebra do paradigma da zona de conforto e
o enfrentamento aos demais fatores acima citados,
constitui um pequeno, porém decisivo passo para
a verdadeira mudança.
No entanto, atuar de forma responsável no
segmento é atentar para a questão dos resíduos
sob uma ótica que abranja também vários outros
fatores.
No quadro abaixo, vemos uma forma de rumar
na direção certa que todos queremos.
Integrar todos os fatores que levam a uma ges-
tão responsável, exige do empresário não somente
visão crítica do negócio, mas também uma visão
futurista, abrangente e consciente das responsa-
bilidades periféricas, diretas e indiretas, as quais
envolvem a atividade realizada com resíduos.
No Brasil, embora exista uma ambiciosa Po-
lítica Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal
12.305/2010), faltam ferramentas funcionais para
que ela seja cumprida na prática.
A falta de recursos públicos, de equipes técni-
O
segmento de resíduos no Brasil é assunto de
grande preocupação pública. Gerenciar as
mais variadas vertentes dos resíduos gerados pela ativi-
dade humana, além de um desafio aos gestores públicos,
passou a ser também um desafio para os grandes, médios
e pequenos geradores privados. O tema passou não mais
a ser um desafio setorizado, mas também um desafio
humano pois, dependendo da forma pela qual tratarmos
o segmento hoje, podemos ou não trazer graves conse-
quências à humanidade, num curto espaço de tempo.
A solução adotada pelo mundo, durante muito tem-
po - um conceito ultrapassado de solução, no entanto
ainda aplicado no Brasil, é o aterramento dos resíduos,
seja em aterros sanitários, aterros controlados ou sim-
plesmente a deposição dos resíduos em lixões que não
contemplam qualquer controle ou atividade que moni-
tore ou evite os graves impactos ambientais decorrentes
desta prática.
No Brasil, muitos empresários do segmento perma-
necem em uma zona de conforto gerada pelos baixos
custos operacionais e pelos altos ganhos financeiros que
proporcionam a prática do aterramento.
Fazer
Diferente!
Fazer
Consciente!
É possível no segmento
de resíduos?
Por Maurício Amorozin
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