Revista Ambiente Legal - Edição 11 - page 19

Revista Ambiente Legal
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A produção de novas fontes no município incluiu
a perfuração de cinco postos artesianos na região do
Água Azul, na zona rural da cidade. A previsão de
término da obra é o final de 2015. ‘Água tem, precisa
fazer obra, investir para pegar. Até as chuvas, teremos
que economizar, economizar e economizar. Não tem
outro jeito’, explica Marco Aurélio.
Na publicação ‘Gerenciamento da Escassez’ dis-
tribuída pela FIESP/CIESP para os associados, há
um elenco de alternativas que inclui reuso, recupe-
ração e investimento em novos locais de captação.
‘Para paralisar totalmente a planta de refinarias
são necessários três dias e outros cinco para retomar.
Só que o petróleo que está dentro da tubulação não
pode esfriar, senão endurece no tubo. A perfuração
de poços artesianos é uma das saídas para reserva
estratégica, além da captação de água de chuva e
caminhões pipa’, explica Rocco.
Não se sabe quantos são os poços no estado e
qual a produção de cada um, devido à enfraque-
cida política de proteção das águas subterrâneas
e a inexistência de cadastro dos poços. Quem vai
garantir a equidade do uso desde recurso para o
planejamento de novas perfurações nesse período
de crise?
Ironia perversa
A água consumida pela macrometrópole
vem das áreas de intensa degradação, que re-
cebem os resíduos sólidos e esgotos sem trata-
mento e onde está concentrada a população de
baixa renda, vítima do racionamento que ofi-
cialmente não ocorre.
Sônia Maria Silva Araújo Sena, 20 anos
moradora do Jd. Romano, São Miguel Paulista
(28 Km do Centro de São Paulo) – há cerca de
quatro meses sem água todos os dias das 18 às
7 horas. ‘Chego em casa correndo, senão não
consigo tomar banho.’
Fernando Bernardino da Silva, 20 anos mo-
rador em A.E. Carvalho (21 KM de São Pau-
lo), sem água todos os dias das 21 as 5:30 horas
já há cinco meses. ‘Guardo água no balde para
usar no banheiro’.
Lúcia da Silva, 18 anos moradora no bairro
da Penha (12 KM do Centro) – sem água dia
sim, dia não há dois meses. ‘Ao invés de descan-
sar, lavo roupa no domingo’.
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